Museu Théo Brandão premia artesão do ano

O Museu Théo Brandão, em parceria com o Sebrae/AL e a Fundação Municipal de Ação Cultural, premia no próximo dia 22 de agosto, Dia do Folclore, o artesão do ano com a entrega do Prêmio Gustavo Leite. A solenidade, com início previsto para às 19h, faz parte da programação da Semana do Folclore Ranilson França.

Uma comissão julgadora, formada por cinco pessoas, foi designada pela Universidade Federal de Alagoas para escolher o artista que mais se destacou no ano de 2006. Os critérios avaliados foram: tempo de exercício do artista; importância do trabalho no contexto da região; originalidade e demonstração de elementos de arte tradicional nos trabalhos.

Leda Almeida, coordenadora do Museu Théo Brandão, destaca a importância desse prêmio, pois, “além de manter viva a memória de Gustavo Leite”, um grande nome do artesanato do Estado, também prestigia o artesão alagoano”.
Entre os concorrentes estavam Mestre Benon, Nelson da Rabeca e Zezito Guedes. Mas foi a produção do Bico Singeleza, de Dona Marinita, que foi contemplada. Quem prestigiar o evento, terá a oportunidade de conhecer de perto a obra de Dona Marinita. Ela vai receber um diploma e uma medalha da UFAL, além de um prêmio em dinheiro no valor de R$ 1.500, doado pela Fundação Municipal de Ação Cultural.

A artesã de 2006 tem 70 anos e seu Bico Singeleza é uma forma de “bordado” em extinção. Atualmente, só ela domina essa técnica na região de Marechal Deodoro. Também não há informações de que em outras regiões seja confeccionado esse tipo de artesanato.

O Bico Singeleza de Dona Marinita já compôs o enxoval de cama e mesa de várias famílias de Marechal Deodoro e também de Maceió. Em meados da década de 90, este “sabê” , como bem diz a simpática senhora, encontrava-se em risco de extinção, pois não havia quem se interessasse por aprendê-lo.
Dona Marinita herdou o conhecimento da mãe, Dona Filó, que antes de falecer, era a única artesã que comercializava o bico, mesmo que em pequena escala. Porém, já na idade de 70 anos, sem filhas e sendo a única com habilidade para a reprodução do ofício, ela via seu trabalho prestes a acabar.

Felizmente esse quadro foi modificado. O exemplo de resistência chamou a atenção de diversas pessoas, como da arquiteta e urbanista Josemary Omena Ferrare, uma estudiosa de Marechal Deodoro, que considerou indicar o Bico Singeleza como primeiro patrimônio imaterial a ser registrado em Alagoas.

Histórico

Essa já é a 3ª edição do prêmio Gustavo Leite que foi criado em 2004. A primeira vencedora foi Dona Marinalva, da Comunidade Muquém. Já em 2005, quem mais se destacou foi o artesão Rezendio, de Porto Real do Colégio.

O prêmio nasceu com a necessidade de homenagear o artista Gustavo Leite, assassinado em agosto de 2002, que teve a vida dedicada à produção cultural no Estado. Gustavo atuou em diversas áreas da produção teatral, destacando-se na cenografia e iluminação. Sua intimidade com o teatro foi de quem nasceu no Deodoro, uma vez que seus pais, Bráulio e Edna Leite, ambos atores, à época, viviam na atmosfera da arte cênica, sendo seu pai Presidente da Fundação Teatro Deodoro. Gustavo também foi Diretor Artístico do Teatro Deodoro e da Fundação Teotônio Vilela.

Gustavo leite projetou e executou trabalhos de grande projeção cultural, sobretudo pela criatividade e originalidade com que realizava seus eventos, marcados sempre pela inclusão de elementos da cultura popular, como recursos cenográficos , decorativos e informativos.

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