O Conselho de Ética instalou 67 processos de cassação contra os deputados acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias. O Conselho se reunirá nos dias 4 e 5 de setembro, quando serão sorteados os relatores de todos os processos.
Segundo o presidente do Conselho, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), serão sorteados inicialmente 28 processos. O Conselho tem 30 membros, mas nem o presidente nem o corregedor da Câmara podem ser relatores, ou seja, só 28 podem relatar os processos.
Por conta da quantidade de processos, Izar disse que os deputados mais antigos devem ficar com a relatoria de mais de um caso.
Ele afirmou que todos os 67 parlamentares serão notificados até o final da próxima semana sobre a abertura do processo no Conselho de Ética. Os que não forem notificados pessoalmente, vão receber telegramas. Em último caso, a notificação será feita por meio de aviso aos funcionários dos gabinetes dos deputados.
Renúncias
Marcelino Fraga (PMDB-ES) renunciou ontem ao mandato parlamentar para evitar o processo de cassação por suspeita de envolvimento com máfia dos sanguessugas. O deputado teria recebido R$ 35 mil do esquema. Seu assessor teria recebido mais R$ 10 mil, conforme depoimento de Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam –empresa acusada de liderar o esquema.
Além dele, o deputado Coriolano Sales (PFL-BA) também abriu mão do mandato na semana passada.
Com isso, dois dos 69 deputados apontados pela CPI dos Sanguessugas como suspeitos de envolvimento com a máfia renunciaram ao mandato para evitar um processo de cassação no Conselho de Ética. Os outros 67 apostam no curto período que resta desta legislatura para escapar da cassação.