Esquina da Rua Franco Jatobá com a Xavier de Brito, no Prado. Esse é o ponto de encontro dos profissionais da comunicação no próximo dia 30, às 15 horas, para o lançamento do projeto “Amigos do Catende”, que vai homenagear personalidades alagoanas que contribuíram ou trabalham em favor da disseminação da cultura no Estado.
Já possuem seus nomes no seleto mural do “Bar do Charque”, de propriedade do músico pernambucano Marcos Catende, o educador Paulo Lima, o engenheiro Miraldo Souza, entre outros ícones do cenário político e artístico local. “É uma forma de valorizar aqueles que passaram a vida lutando pelo desenvolvimento do Estado”, afirma Marcos.
Por entender o papel da mídia na preservação da cultura e sua importância no processo de conscientização da população, Marcos resolveu homenagear, desta vez, os comunicadores. Na primeira edição do Projeto os agraciados serão os radialistas Jorge Henrique (mais conhecido como Borjão) e Oscar de Melo. “Chegou o momento de agradecer às pessoas que me deram força e acreditaram no meu trabalho. Não vou deixar ninguém de fora. Nos próximos encontros outros importantes nomes serão prestigiados”, ressalta.
Os radialistas Ferreira Júnior, César Pita, Batista Filho, Cristiano Mateus, Jerônimo Avelino, Gilberto Lima, o publicitário Wilson Júnior, além de jornalistas da TV e Jornal impresso, também irão receber o apreço do cantor e compositor que em 2000 veio tentar a vida no Estado e acabou se apaixonando pela beleza e hospitalidade da terra. O projeto “Amigos do Catende” será realizado quinzenalmente, com música ao vivo e o melhor da culinária regional, especialidade de seu estabelecimento, em funcionamento há seis meses.
O artista
Marcos Catende, como o próprio nome sugere, é natural da cidade de Catende, (na Zona da Mata Sul) que fica a 150 km do Recife. É um exímio defensor das raízes nordestinas, o que pôde demonstrar enquanto foi secretário de Cultura, Turismo e também de Administração em sua terra natal, durante 12 anos.
Filho de caminhoneiro sanfoneiro, 43 anos, Marcos afirma que o gosto pela música vem desde a infância, quando aproveitava para cantarolar na sala de aula. O profissionalismo aconteceu na década de 80, quando era estudante de Ciências Contábeis, na Universidade Estadual de Pernambuco – UEPE. O músico cantou durante dez anos nas noites da capital Pernambucana.
O primeiro disco foi lançado em 1988, pela Poli Disc – Recife. Seu segundo trabalho chegou a vender 30 mil cópias. O 9ª CD, o mais recente, intitulado “Mel de Uruçu”, produzido há seis meses, vem com todas as composições próprias, incluindo o sucesso de mesmo nome “Mel de Uruçu”, música que já faz parte da programação das rádios locais.
“São dez faixas mescladas com forró, brega e muito romantismo, influenciadas por artistas renomados que contribuíram de forma decisiva para minha formação musical, como Jacintos Silva, Jackson do Pandeiro, Elino Julião, Sebastião do Rojão, Zito Borborema, Benedito Nunes”, finaliza o cantor.
Carnaval
Ao chegar a Maceió, há cinco anos, o cantor e compositor fundou o bloco “Mulher da Capa Preta”, que já faz parte do calendário carnavalesco na capital. O bloco sai na sexta-feira, à meia-noite, do cemitério da Piedade, no Prado, e segue a mesma linha do tradicional “A mulher da Sombrinha”, também criado por Marcos em 1983, em Catende. Chegando na Praça de Santana, os foliões se reúnem com os blocos do Peixe, Os Pelancos e As Virgens, ao som de trio elétrico para curtir a festa.
A agremiação se inspira numa lenda de mais de um século. Diz-se que, à meia-noite, operários da Usina Catende eram surpreendidos por uma linda loira que seduzia um deles, conduzindo-o até o cemitério, onde desaparecia num piscar de olhos. A atração do bloco é uma boneca loura em papel machê de dois metros de altura.