A Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas – ESMAL – realiza nos dias 02 e 03 de setembro sua I Mostra de Cultura Popular.
Durante o evento, haverá shows, exposições e feiras, incluindo artesanato da Ilha do Ferro, em Pão de Açúcar, Feliz Deserto, Coruripe e Maceió.
A idéia partiu da Diretora Geral da Esmal, desa. Elisabeth Carvalho Nascimento, que tem uma preocupação constante com a cultura popular alagoana e em angariar meios de deixá-la mais acessível à toda a sociedade.
“ Temos bastante interesse em trabalhar com eventos culturais, incentivando a nossa cultura popular, e para isso estamos programando vários outros eventos até o final do ano”, afirma Elisabeth Carvalho.
Teca Calazans – Show Alma Tupi
Na noite de abertura da I Mostra de Cultura Popular, o show de Teca Calazans é a atração principal.
Nascida no Espírito Santo e criada em Recife, Teca Calazans vem a Maceió cantar seu mais recente álbum “Alma Tupi”, onde regrava pérolas esquecidas de Sinhô (Acauã) e Jararaca (Alma de Tupi) e novas composições que ela assina com parceiros.
Pesquisadora, produtora, instrumentista e cantora, firmou-se entre nossas melhores vozes femininas, e hoje é considerada uma “mini-embaixadora cultural” dos músicos brasileiros na Europa.
Na década de 60 integrou o Grupo Construção, ao lado de Geraldo Azevedo e Nana Vasconcelos. Em 1968, foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou inicialmente como atriz. Mudou-se em 1970 para a França com Ricardo Vilas, formando a dupla Teca & Ricardo, que durou dez anos, gravando 5 LPs. Com o fim do trabalho conjunto, Teca voltou ao Brasil em 1980 onde iniciou sua carreira solo, destacando-se inicialmente como compositora. Suas músicas foram gravadas por Milton Nascimento, Gal Costa, Nara Leão e outros.
Em 1989 retorna à França, onde firma sua carreira. Lá, gravou discos com a obra de Villa-Lobos, Pixinguinha e sambistas antigos. Seu disco “ Firoliu” de 1997, lançado no Brasil, promove um retorno aos ritmos nordestinos de sua infância e juventude.
Teca Calazans promete encantar o público de Maceió, com sucessos de seus 19 discos, mesclando o que há de melhor na música popular brasileira.
A hora e a vez da cultura alagoana
Por trás das batidas do rock, da embolada, da influência do coco, de imagens e de toda uma temática regional surgiu a banda Poeira Nordestina.
Na prática, eles elaboraram um som híbrido com uma alagoanidade agressiva vinda lá dos sertões do São Francisco. Com uma batida antropofágica , a banda Poeira Nordestina revela o que existe de mais fundamental em suas influências: o coco, os emboladores e as influências contemporâneas. Seu som vai do rock dos anos 70 ao coco alagoano.
Segundo Jurandir Amadeus Gomes Pinto, conhecido como Jurandir Bozo, a influência do mangue beat na banda está descartada.
“ Temos influências do coco e da embolada, além de grupos como Quinteto Violado e o Grupo Terra (grupo alagoano dos anos 80) . Cantamos o aboio, as imagens do São Francisco, os retirantes sertanejos, os matadores, os amores malditos, os rezadores e os poetas loucos e apaixonados da beira do rio”, afirma Jurandir.
Formada por Jurandir Bozo, Tido Moraes, Wilbert Fialho, Alex Brito e Dudui, a banda estará fazendo parte da cena da I Mostra de Cultura Popular da ESMAL – Escola Superior da Magistratura do Estado de Alagoas – no domingo, dia 03 de setembro, Às 17 horas.
“ A Poeira Nordestina é a explosão primitiva e tribal dos cantadores apaixonados, dos movimentos que têm encontrado em nossos mestres e em imagens desentranhamento de nossas raízes. O resto é ver a zoeira dos roqueiros tocadores de coco, ou de tocadores de coco que são roqueiros”, explica Bozo.
A ESMAL fica situada à rua Cônego Machado, 1016, no Farol. A I Mostra de Cultura da ESMAL tem início no dia 02 de setembro, com show de Teca Calazans, às 20:00 horas, e exposição de artesanato de vários municípios alagoanos.