Crianças e adolescentes de Maceió estão entre os mais sedentários do país

As facilidades do mundo moderno e a correria do dia-a-dia deixam crianças e adolescentes cada vez mais distantes do esporte e da vida saudável. Essas mudanças – relacionadas ao sedentarismo – afetam a saúde dos futuros adultos, principalmente na área cardiovascular.

Essas informações foram comprovadas no estudo científico “Fatores de Risco Cardiovascular em Crianças, Adolescentes e Adultos”, realizado pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) desde 2001, com mais de mil estudantes. O trabalho, pioneiro no Nordeste, teve a coordenação da professora Maria Alayde Mendonça, doutora em Cardiologia.

De acordo com a professora, a pesquisa investigou os fatores de risco cardiovascular e constatou que crianças e adolescentes de Maceió, na faixa etária de 7 a 17 anos de idade, estão entre as mais sedentárias do país.

O estudo pesquisou a vida de estudantes das redes pública e privada de ensino, de 40 escolas da capital. Conforme os dados, a prevalência do sedentarismo detém 93,5%; seguida de “risco de sobrepeso” (9,3%); hipertensão arterial sistêmica (7,7%); sobrepeso (4,5%) e tabagismo (2,4%).

Para a adolescente Taylane Késsia dos Santos, 16, as aulas de Educação Física das escolas não estimulam crianças e adolescentes a iniciarem um esporte, o que determina o sedentarismo. “Já tentei fazer vários esportes, mas não gostei de nenhum. Hoje penso em ocupar minhas tardes fazendo exercícios na academia”, diz a jovem, que enquanto isso utiliza o tempo no computador.

Riscos

A cardiologista explica que, atualmente 30% dos óbitos, em todos os estados brasileiros, considerando-se o conjunto de todas as faixas etárias, decorrem das doenças do coração, que poderiam ser prevenidas com a prática de esporte ou uma vida mais saudável.

Para Maria Alayde, os dados são preocupantes e o que contribui para o sedentarismo é a redução dos espaços físicos escolares e a própria falta de segurança da sociedade, que impede o aproveitamento de uso das praças e locais para brincadeiras e diversão.

A pesquisadora finaliza alertando o poder público para realizar a promoção de ações preventivas das doenças cardiovasculares futuras. E, essas ações não só devem envolver os setores de educação e saúde, como também, o de segurança pública, no que se refere ao lazer nos logradouros públicos.

Com informações da assessoria da Ufal

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