Eleições em Alagoas: o problema das estradas

Nesta edição do Eleições em Alagoas vamos detalhar um tema, que pela sua importância política, social e econômica, vem sendo bastante noticiado nos últimos dias na imprensa e nos programas eleitorais. Estamos falando da situação de nossas estradas estaduais, algumas precisando de melhorias – duplicação e sinalização, outras, de restauração. Novas rodovias poderiam ser implantadas para promover o desenvolvimento da indústria do turismo.

Sem dúvida esse deve ser um dos principais pontos do futuro governo, além da educação, saúde, segurança, turismo e geração de empregos.

Cortando o estado de Alagoas, além das rodovias estaduais existem as federais, que são de competência da união e que poderiam ser estadualizadas, desde que houvesse a devida compensação de repasses financeiros pelo governo federal.

Quando analisamos as estradas alagoanas nos convencemos de que um dos problemas é a falta de planejamento. O imediatismo, aliado ao "achismo", às vezes, sem a fundamentação técnica correta, além da prioridade política equivocada, fazem com que se repitam, todos os anos, os mesmos fatos: buracos, falta de sinalização, prejuízos para os motoristas, dificuldade de escoamento da safra, aumento no número de acidentes, etc.

Afirmar que a culpa é das chuvas e do envelhecimento do asfalto não é uma justificativa técnica correta. Quem conhece o problema das estradas no país e em Alagoas sabe que são cinco os motivos que nos levam a esse estado atual: primeiro, as falhas de projeto, que ocorrem devido às diversas variáveis existentes; segundo, os problemas de execução associados à falta de um sistema de qualidade e a um controle tecnológico, por vezes, inadequado ou incompleto; terceiro, a falta de recursos para serem utilizados na hora precisa sem permitir que os problemas se avolumem e aumentem o montante orçamentário-financeiro necessário a ser aplicado; quarto, a falta de ética observada em parte dos administradores públicos; quinto, e principalmente, a falta de decisão político-administrativa, no sentido de implantar um sistema de gerenciamento que permita aplicar no momento necessário e segundo as prioridades, as correções ou manutenções que cada via necessita, sem postergar pequenos investimentos, fundamentais para a conservação da estrada e garantia de uma maior durabilidade, como por exemplo, uma aplicação de capa selante, de uma lama asfáltica etc, serviços considerados de manutenção preventiva e de baixo custo.

É comum vermos serviços emergenciais sendo executados e, algumas das vezes, de forma atrasada. Sofrem, principalmente os motoristas, que têm de dirigir seus veículos com os olhos colados no asfalto, esperando, a qualquer momento, encontrar uma enorme cratera pela frente, o que pode provocar a deterioração do patrimônio. Na tentativa de evitar os buracos nos pavimentos, alguns acabam por encontrar um trágico fim.

O envelhecimento do asfalto de que alguns falam, na verdade, acontece de forma muito precoce, ou seja, antes do tempo previsto. A causa é, justamente, a falta de um bom gerenciamento das vias públicas. Pavimenta-se mal e, ainda por cima, não se faz a conservação da forma correta. O resultado é esse que aí está. Todos os anos a mesma coisa, um autêntico refrão.

Boa parte da crise que atravessa Alagoas é fruto de empréstimos contraídos para a construção e pavimentação de estradas. O estado tomou no passado dinheiro emprestado para financiamento de obras rodoviárias e, antes de iniciar o pagamento, as obras já se encontravam acabadas. Novos financiamentos foram celebrados, agora para recuperar a malha existente e, novamente, antes do pagamento, as rodovias se acabaram.

*Superintendente da SMCCU, Engenheiro Civil, Professor da UFAL, Mestre em Administração, Consultor em Gestão de Pessoas, de Processos e na Formação de Líderes

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