Marcando as comemorações pelo Dia da Árvore, celebrado no próximo dia 21 de setembro, foi preparada uma programação especial com dinâmicas, plantio de árvores, debates e brincadeiras educativas para as escolas públicas e privadas que visitarão o local. O Núcleo de Educação Ambiental da Universidade Federal de Alagoas está aberto à visitação pública, de segunda a sexta-feira, de 8:00 às 12:00. Durante as visitas, os participantes semeiam, produzem mudas e plantam árvores, além de serem envolvidos em dinâmicas e debates sobre ecologia. Quem desejar, também pode doar ou “adotar” algumas mudas.
Para participar das atividades do Arboretum não há nenhuma restrição, bastando só fazer o contato com a Coordenação do Programa – que fica instalada na Prefeitura Universitária – através dos telefones 9331-8812 e 3214 -1501 ou pelo email arboretumdealagoas@hotmail.com, para agendar a visita.
Arboretum
Ocupando uma área de quatro hectares e meio, no Campus A. C. Simões, da Universidade Federal de Alagoas, o Núcleo Ambiental Arboretum de Alagoas mantém uma vasta coleção com aproximadamente três mil plantas de mais de 70 diferentes espécies arbóreas nativas brasileiras, incluindo espécies em extinção. Empenhado em contribuir com a preservação da biodiversidade de espécies mantidas fora de seu ambiente natural, o Arboretum promove atividades técnico-científicas sobre recursos florísticos, além de permitir não apenas a sua conservação, mas também contribuir com programas de regeneração e manejo.
O projeto surgiu da necessidade de promover, realizar e divulgar atividades técnico-científicas sobre recursos florestais, além de contribuir com a preservação da biodiversidade e ampliar o conhecimento relacionado à conservação da natureza. Além de funcionar como viveiro para a preservação de diferentes espécies, (aberto à visitação pública, especialmente de escolas) o Arboretum é pólo para aulas práticas e projetos de pesquisa e extensão na universidade.
Sob coordenação da professora de biologia Maria Cecília Bello, as atividades envolvem uma equipe de estudantes dos cursos de Biologia, Agronomia, Geografia e Pedagogia da Ufal, e também do Departamento de Arquitetura. Os trabalhos envolvem coletas de sementes em áreas naturais do Estado e remanescentes de Mata Atlântica, plantação e tratamento de mudas objetivando reflorestamento, recuperação de áreas degradadas, projetos de paisagismo e arborização além de pesquisa e catalogação das espécies. Segundo a coordenadora, vários trabalhos já foram publicados e apresentados em Congressos Nacionais e regionais, e também já resultaram em monografias de conclusão de curso na área de Educação Ambiental.
Aulas práticas
Mas as realizações do Arboretum de Alagoas não se restringem ao Campus Universitário da Ufal: além de possibilitar as aulas práticas para universitários e estudantes das redes pública e privada, o projeto promove dinâmicas, palestras, debates sobre ecologia e exibição de vídeos nas escolas. Além disso, a germinação de espécies expande-se por Maceió, envolvendo a participação comunitária no plantio de mudas em áreas residenciais como o Aldebaran, Graciliano Ramos e Jardim Petrópolis.
A arborização municipal também já ganhou seu reconhecimento no interior do Estado, em assentamentos como os de Branquinha, Traipu, Palmeira dos Índios e Teotônio Vilela, e em três aldeias indígenas (em Feira Grande, Porto Real do Colégio e Joaquim Gomes). Reservas legais são aproveitadas após a análise ambiental, “primeiro, diagnosticamos as condições da área degradada para submete-la aos projetos de revitalização”, salienta Cecília Bello, e complementa, “a importância de um programa como o Arboretum é a manutenção de plantas que, mesmo fora de seu ambiente natural, são mantidas no campo conservando o seu material genético, e, desta forma, estamos preservando as espécies brasileiras”.
Projetos e parcerias dão sustentação ao núcleo
A manutenção do projeto está baseada na “troca de favores”, salienta a professora Cecília. Sem apoio financeiro direto, o projeto se mantém graças a parcerias internas do Núcleo de Educação Ambiental do Cedu (Centro de Educação) e ao apoio estrutural da prefeitura universitária e do departamento de botânica. Além desses, o Arboretum conta com aliados fortes como o Instituto Murici, Ibama, Petrobrás e o Parque Municipal. Segundo Cecília Bello, o que sustenta o Arboretum é o trabalho voluntário realizado pelos pesquisadores, participantes e visitantes do projeto, a troca de plantas por mudas de outras espécies (para aumentar a biodiversidade do local) e, principalmente, por materiais indispensáveis às ações, como adubos, fertilizantes e ferramentas. “O que nos sustenta não é o apoio financeiro, mas o humano”, salienta a professora. “No entanto, ainda sofremos com a carência de pessoal, especialmente de mão de obra apropriada para realização de projetos paisagísticos.”
Outra parceria importante, obtida recentemente, é com a Fundação carioca Fiocruz, que vem realizando pesquisas sobre as propriedades fitoterápicas de espécies nativas, como a sucupira. A parceria deriva de um projeto para criação de uma horta medicinal: após o conhecimento da ação fitoterápica de arbóreas nativas, serão desenvolvidas atividades comunitárias para o conhecimento das mesmas e distribuição de mudas para a população carente.
Uma novidade anunciada pelo Arboretum, mas que ainda não foi aprovada, é uma proposta de paisagismo encaminhada pela Fundação Universitária de Desenvolvimento e Pesquisa (Fundepes), para a Fundação O Boticário: trata-se de uma proposta ainda pendente, que visa desenvolver o uso paisagístico de espécies arbustivas e herbáceas.