Heloísa Helena (PSol) atacando o PT em cadeia nacional, não é mais novidade e passou a ser o mote de sua campanha para chegar ao segundo turno, um confronto direto entre a candidato do PSol e o presidente e candidato à reeleição Luis Inácio Lula da Silva (PT).
Esta semana, a senadora e candidata à presidência da República, disse estar definitivamente convencida de que a cúpula palaciana do Partido dos Trabalhadores vem atuando sistematicamente como um grupo criminoso, “capaz de tudo para eliminar quem ameace o seu projeto de poder”, diz ela ao jornal espanhol El Mundo.
Heloísa Helena – que foi expulsa do PT em 2003, ressalta o jornal – diz que o antigo partido representa mais a esquerda. "Já na transição de governo (2002), eu me afastei do partido por sua política de alianças no Congresso, onde a cúpula estava disposta a compactuar com conhecidos delinqüentes de luxo".
Não me mate
Durante a entrevista, a senadora pediu a cúpula do PT que não a matasse. “Acredito que eles são capazes de qualquer coisa. Basta ver quanto dinheiro embolsou o filho do presidente, as orgias que organizavam com o dinheiro público ou as remessas milionárias que enviaram para fora do país", afirmou.
Com 10% das intenções de voto, segundo as pesquisas sobre as eleições de 1º de outubro, Heloísa Helena destaca que seu partido deseja a "democratização do Estado, que no Brasil não é democrático".
"O que queremos é a democratização da riqueza, cultura, saúde, educação. Não somos herdeiros da tradição do socialismo europeu totalitário", disse.
"Eu não defendo o socialismo por decreto. Não quero o socialismo totalitarista nem o pensamento único capitalista. No Brasil, o capitalismo tem sido muito feio, cruel e violento", declarou ao El Mundo.
Heloísa Helena fez duras críticas ao presidente Lula: "Se ajoelha covardemente ante o capital e depois vai à Venezuela ou África para financiar obras com o objetivo de limpar sua imagem".
"Lula tem feito sua política de acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), inserindo o Brasil no capitalismo global de acordo com suas regras, submetendo o país ao capital financeiro", concluiu.