O papa Bento 16 receberá na próxima segunda-feira (25) embaixadores dos países muçulmanos reconhecidos na Santa Sé, assim como os líderes da comunidade muçulmana de Roma, anunciou nesta sexta-feira a imprensa italiana.
A reunião ocorre em conseqüência da recente polêmica com o mundo muçulmano desencadeada pelas declarações do papa sobre o islã em sua viagem à Alemanha.
A reunião será na residência de verão do papa em Castel Gandolfo, nas proximidades de Roma.
A imprensa italiana já havia comentado sobre a possibilidade de uma "cúpula" entre o papa e os embaixadores dos países muçulmanos reconhecidos no Vaticano, em meio à ofensiva diplomática desencadeada pela Santa Sé para explicar as opiniões através dos núncios (embaixadores).
Apesar das explicações do papa para suas palavras sobre o islã e o profeta Maomé terem diminuído a tensão, muitos clérigos muçulmanos as consideraram "insuficientes".
As manifestações de repúdio às palavras de Bento 16 reuniram milhares de muçulmanas em vários países, gerando até declarações de importantes líderes islâmicos.
Nesta quarta-feira (20), o papa afirmou que nutre um "respeito profundo" pelo islã e que espera que as declarações que deu durante um discurso na Alemanha na semana passada– que causaram indignação entre muçulmanos — possam levar ao diálogo entre as religiões.
O sumo pontífice admitiu que seus comentários podem causar interpretações equivocadas, mas afirmou que não pretendia fazer "uma imagem negativa do islã".
"Eu espero que, em vários momentos da visita (…) meu respeito profundo pelas religiões, particularmente a muçulmana, que está engajada com a defesa e a promoção da justiça social, dos valores morais, da paz e da liberdade para todos os homens, tenha ficado claro", disse o papa durante sua audiência semanal no Vaticano.