Delegado da PF explica esquema de tráfico desbaratado pela Operação Tridente

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O delegado da Polícia Federal André Santos Costa, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF concedeu entrevista coletiva, hoje à tarde, na sede da Polícia Federal para apresentar o balanço da Operação Tridente que desbaratou uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas, armas e de lavagem de dinheiro, envolvendo os Estados de Alagoas, São Paulo e Paraná.

Segundo o delegado André Costa, a operação começou há cerca de um ano em Alagoas, quando a Polícia apreendeu uma carga de maconha que estavam sendo transportadas em dois caminhões carregados de milho pipoca, fato que deu a operação o nome “Operação Pipoca”.

Este era apenas a ponta do ice berg que estava para ser descoberto pela Polícia Federal em Alagoas. Após algum tempo de investigação, o delegado e sua equipe chegaram a nova rota do tráfico que media aproximadamente 3300 km, do Paraguai a Alagoas. Para os traficantes, a produção paraguaia saia com custo mais baixo, havia facilidade no transporte – já que a maconha era prensada – e a qualidade era superior, visto que consistia de alto teor de THC, princípio ativo da droga.

“O trabalho da Polícia Federal não se resumiu a apreensão das carretas, mas teve sucesso pela investigação intensa da quadrilha”, afirmou Costa. Ele conta que a operação esteve o tempo inteiro concentrada na raiz da questão: o financiamento do tráfico. “A operação se concentrou em desmontar o esquema de lavagem de dinheiro para impedir a ação da quadrilha”, disse.

No esquema, o dinheiro não era a moeda de troca, pelo menos não diretamente. Os traficantes forneciam a droga aos integrantes do PCC, que pagavam com veículos novos. Depois da aquisição dos veículos, os líderes da quadrilha vendiam os carros e então distribuiam o dinheiro.

Em Alagoas a droga chegava pela BR 101, no município de Porto Real do Colégio, distante cerca de 173 km da capital Alagoana. E rapidamente ia para as mãos do maior comprador da Região Nordeste, José Aldo Cassiano, que havia sido preso em março de 2005, mas conseguiu fugir durante uma rebelião.

De 10 mandados expedidos, nove foram cumpridos com sucesso e apenas uma pessoa – cuja identidade é mantida em sigilo – continua sendo procurada pela Polícia. No total 18 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Alagoas, de onde partiu cerca de 95% da Operação.

As prisões são temporárias e prorrogáveis por 30 dias e o delegado já afirmou que podem se tornar preventivas. Novos depoimentos dos nove integrantes da quadrilha, presos em Maceió, estão marcados para a próxima semana, sem data prevista.

Defesa

Cinco integrantes da quadrilha, os irmãos José de Lima Bento, Assis de Lima Bento e Vilmar de Lima Bento, além de Carlos Antônio Mirim e Juliana Melo Michellon serão defendidos pelo advogado Welton Roberto, que teve hoje seu primeiro contato com os clientes.

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