Um melhor atendimento ao trabalhador rural no Sistema Único de Saúde (SUS). Esse foi um dos objetivos da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura no Estado de Alagoas (Fetag-AL) ao promover o “Curso de Formação dos Multiplicadores em Saúde e Gênero”, que termina neste sábado.
O evento capacitou 90 dirigentes sindicais e gestores em temas como saúde pública e desigualdades sociais (discriminação racial, sexual e de classe) e ocorre no Centro Social da Fetag-AL, em Mangabeiras.
As políticas de saúde pública, com enfoque no SUS, foram um dos principais destaques do evento. Na ocasião, o fisioterapeuta e professor universitário Geraldo Magella falou da necessidade dos trabalhadores rurais reivindicarem seus direitos em saúde. “Muitas vezes, o trabalhador se sacrifica para chegar a um posto de saúde e quando chega lá, ele é mal atendido. Isso não pode acontecer, é preciso que se faça denúncia”, aconselhou Magella.
Dentre outros serviços, os beneficiários do SUS têm direito a consultas, tratamento dentário, medicamentos e utensílios para controle de natalidade (pílulas, preservativos). No entanto, muitas pessoas ainda não sabem como aproveitar os benefícios do sistema. “Para mudar essa situação é preciso educar a população, para que ela reivindique seus direitos. A saúde de um povo é reflexo da sua educação”, ressalta Magella.
A conscientização da população do meio rural é o principal objetivo do curso. Os agentes e dirigentes sindicais capacitados no evento vão trabalhar como “multiplicadores” no campo, onde vão repassar os conhecimentos adquiridos no evento.
“Todo o trabalho será realizado junto à comunidade no meio rural, respeitando a cultura e a realidade locais, principalmente em relação a temas como aborto, um assunto que será abordado nos próximos módulos do curso”, conta Rilda Jesuíno, coordenadora da Comissão de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Fetag-AL.
O curso é parte do Projeto de Saúde Reprodutiva, fruto de um convênio entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Contag) e o Ministério da Saúde e abrange 18 estados em todo o país. Em Alagoas, o projeto abrange Messias, Joaquim Gomes, Branquinha e União dos Palmares, mas pode se expandir para outros municípios.
“Trata-se de um projeto educativo que traz benefícios diretos à comunidade. Planejamos levá-lo a outros municípios e estamos abertos a discuti-lo com qualquer prefeitura que se interesse pelo trabalho”, disse Jesuíno.
