O delegado de Roubos e Furtos de Veículos, Carlos Alberto Reis, vai ouvir, nesta tarde, o depoimento do dono do caminhão que estava sendo clonado em Ipioca. O veículo foi encontrado pela Polícia Militar, que prendeu dois homens em flagrante pela adulteração do chassi, receptação de veículo roubado e estelionato.
Segundo Reis, o proprietário teve o veículo roubado em Viçosa e os criminosos colocavam no veículo a placa MUN-6082, pertencente a outro caminhão, de São Miguel dos Campos.
A Saveiro, também encontrada na casa, estava sem placa, mas o chassi indica que tinha placa CKT-4215, de São Paulo. “Eles falaram que compraram os veículos já com a vistoria assinada em branco”, disse o delegado. “Não tenho dúvidas que eles [os dois homens presos ontem] têm ligação com outras quadrilhas”, completou.
De acordo com a Polícia, o golpe funcionava a partir do financiamento de veículos. Os golpistas adquiriam documentos falsos e buscavam os financiamentos. Depois de adquirirem o veículo, eles faziam a clonagem e efetuavam as vendas, a um preço bem menor, sem prejuízos, já que os financiamentos ficavam para trás.
Com o equipamento adequado, eles aproveitavam placas e números de chassi de veículos que tiveram perda total e transferiam para os veículos novos. Depois, utilizavam o laudo de vistoria do Detran para comprovar a legitimidade do veículo, que era vendido de R$ 5 a R$ 6 mil, em Maceió e demais municípios alagoanos.
Ontem, o delegado Carlos Alberto Reis disse que não é a primeira vez que a Polícia flagra a falsificação de laudo do Detran. Por isso, eles suspeitam que mais pessoas – cerca de cinco ou seis, estejam envolvidas nesta quadrilha.
“Vou encaminhar uma cópia dos documentos a direção do Detran para que eles abram um inquérito administrativo e apurem o caso. Mesmo assim, vou ouvir o depoimento dos policiais que supostamente assinaram os documentos”, afirmou.
Ainda nesta tarde, depois de ouvir o proprietário do veículo roubado, o delegado deve ouvir um dos homens presos em flagrante ontem e depois pedirá, à Justiça, a prisão preventiva dos acusados.
Detran
Sobre o caso, o diretor do Detran, tenente-coronel João Marinho, disse que ainda não foi oficialmente comunicado pela Polícia e que, depois irá se posicionar sobre a abertura de um inquérito. Ele disse ainda que os laudos que foram encontrados não são utilizados há mais de um ano.
“Esse laudo de vistoria é do sistema antigo. Há mais de um ano nós utilizamos o laudo informatizado e nem a assinatura dos policiais batem”, finalizou.