A reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Ana Dayse Dórea, recepcionou, nesta tarde, a família do físico japonês Yoshi Assada, 30, que morreu afogado na praia do Francês, em Marechal Deodoro.
O pai de Assada, dois irmãos e um professor que lecionava com ele no Instituto de Tecnologia de Tókio chegaram ao Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em um vôo que veio de São Paulo. De Recife, o cônsul do Japão, Takeshi Koto, também veio para Maceió, para ajudar a família no tramite legal dos documentos.
“Eles seguiram para o Instituto Médico Legal, onde está o corpo, e depois se dirigiram ao Francês, para conhecer o local onde aconteceu a fatalidade. Pela religião e cultura, eles são bastante reservados e pediram para não entrar em contato com a imprensa”, explicou.
Amanhã, os familiares de Yoshi Assada seguem para São Paulo, onde será cremado o corpo, e então será levado para o Japão. “Fomos orientados pela Polícia Federal como proceder na liberação do corpo para o embarque e autorização para a cremação. Já está tudo providenciado e esperávamos apenas a presença da família”, afirmou a reitora.
Ana Dayse também comentou que o incidente foi passado pela família por um outro professor, que esteve presente no encontro internacional de Física, organizado pela universidade na última semana. “Yoshi estava fazendo pós-doutorado e veio com o orientador. Na última quarta-feira, ele estava no grupo que foi conhecer a praia do Francês, em Marechal Deodoro. Ele e mais quatro foram nadar, mas era período de ressaca e o mar estava bastante agitado”, contou.
Segundo a explicação de outros professores, que acompanhavam o grupo, Yoshi teria caído em uma vala ou bacia, e então começaram as buscas pelo corpo. Equipes do Corpo de Bombeiros e da Marinha foram acionadas e procuraram o corpo durante dia e noite, mas ele só foi encontrado no sábado pela manhã.
Bombeiros
O incidente também serviu para alertar a população sobre a carência de efetivo enfrentada pelo Corpo de Bombeiros. Segundo o comando do Grupamento de Salvamento Aquático, apenas seis postos Guarda-vidas existem em Alagoas e apenas dois deles funcionam em todos os dias da semana.
Enquanto há necessidade de ter três a quatro homens nos postos, trabalham apenas dois, na maioria deles, que atendem cerca de 20 afogamentos por semana. “No dia em que foi registrado o afogamento do professor japonês nós já tinhamos retirados outros dois americanos que tiveram princípio de afogamento”, contou o tenente Adriano, comandante do grupamento. “Esse é um dos serviços mais desgastantes da profissão de Bombeiro, pelas condições em que trabalhamos e pela necessidade de cursos e aptidão física para atuar na área”, finalizou.