Os serviços de atendimento cirúrgicos a pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) estão reduzidos, a partir de hoje, nos três principais hospitais de Maceió. O motivo da diminuição foi a falta do repasse dos recursos federais que deveria ser executado pela Secretaria Municipal de Saúde, há cerca de dois meses.
Em entrevista coletiva, o presidente do Sindicato dos Hospitais (SinHospital), Humberto Gomes de Melo, afirmou que cerca de 93% da população alagoana depende do SUS e com a redução, aproximadamente 900 pessoas deixarão de ser atendidas mensalmente, até dezembro.
“Os recursos destinados à saúde para o nosso Estado são insuficientes, tendo um valor per capita de R$ 64 por pessoa. Com isso, não há como suprir os gastos com cirurgias e atendimentos. Por tanto, estarão reduzidas as cirurgias eletivas, ou seja, aquelas que não precisam de atendimento imediato, como hernia, varizes, fimose e outras. Já as doenças cardíacas, câncer e de alta complexidade, terão prioridade”, explica.
Em reunião com o Secretário Municipal de Saúde, João Macário, na última quinta-feira, os representantes do sindicato informaram os principais problemas enfrentados pela Santa Casa de Misericórdia e os Hospitais do Sanatório e do Açúcar e Álcool de Alagoas. Na ocasião, a prefeitura se comprometeu em pagar hoje R$ 450 mil, parte da dívida que chega a casa dos R$ 750 mil.
“Em junho, o município justificou que faltou dinheiro e pediu verbas emprestadas aos hospitais. Deixou de pagar R$ 300 mil, aos três principais hospitais além da clínica Cenefron e Pestalozzi. O secretário afirmou que iriam utilizar recursos próprios da prefeitura para quitas a dívida”, diz Humberto Gomes.
Atendimento
Cerca de 50% do atendimento nos três principais hospitais de Maceió serão reduzidos, o que deixará mais de 2 mil pessoas sem auxílio do SUS, durante três meses.
Na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, mensalmente são realizadas aproximadamente 100 cirurgias pela rede pública, e com o corte, apenas 26 pessoas serão beneficiadas. De acordo com o Humberto Gomes, o serviço será honrado dentro da situação em que cada hospital se encontra.
“O temos que fazer é adequar o teto financeiro do Ministério da Saúde à situação atual da saúde no Estado. Os médicos já estão sendo treinados para informar aos pacientes sobre a redução”, diz