Os principais aeroportos brasileiros voltam a registrar atrasos nos pousos e decolagens na manhã desta segunda-feira. No domingo, todos os terminais do país tiveram atrasos, segundo a Infraero.
O sindicato dos trabalhadores em segurança de vôo informou que os problemas foram provocados pela falta de profissionais.
Em Brasília, pelo menos três partidas e três decolagens estão atrasadas nesta segunda. O tempo de espera varia entre 20 e 40 minutos.
Os vôos também estão fora do horário previsto nos aeroportos da Grande São Paulo (SP). Em Cumbica, 13 aviões estão atrasados. A espera chega a quatro horas. Em Congonhas, passageiros de pelo menos dez aviões têm de esperar.
Em Porto Alegre (RS), quatro vôos estão com atraso de, em média, duas horas.
No Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), dois aviões não estão no horário previsto. Um vôo que saiu de Porto Seguro (BA) atrasou três horas.
No Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, quatro vôos estão atrasados.
Caos no domingo
O presidente da Infraero, Brigadeiro José Carlos Pereira, disse que, no domingo, as maiores alterações na operação aconteceram em Guarulhos, Congonhas (ambos em São Paulo) e Salvador (BA). O maior atraso registrado foi de 10 horas.
No Rio de Janeiro, os passageiros ficaram irritados.
Em Belo Horizonte, pelo menos dez vôos sofreram atrasos até o fim da tarde.
Em São Paulo, os vôos mais prejudicados foram os que chegaram ou partiram para o Nordeste.
Entenda a crise
Os atrasos e cancelamentos de vôos começaram a ser registrados em 27 de outubro, quando os controladores de vôo implantaram a operação-padrão. Eles começaram a seguir à risca as normas internacionais de serviço: cada profissional passou a monitorar, no máximo, 14 aeronaves simultaneamente e, com isso, o intervalo entre os pousos e decolagens aumentou, provocando atrasos em terminais aéreos em todo o país.
O protesto dos controladores é contra a falta de profissionais. Segundo eles, as condições de trabalho pioraram depois do afastamento de trabalhadores por causa da queda do Boeing da Gol, em 29 de setembro. O avião caiu no Norte de Mato Grosso e as 154 pessoas que estavam a bordo morreram.
O ápice da crise aconteceu no feriado do Dia de Finados, em dois de novembro, quando cerca de 600 vôos sofreram atraso. Muitos passageiros ficaram irritados e houve tumulto e quebra-quebra.
A Aeronáutica convocou 149 controladores para uma operação de emergência durante a folga prolongada e a situação se normalizou. Também foi anunciada a contratação de mais trabalhadores.
Para formar um profissional desse setor, porém, é necessário treinamento. Por isso, os controladores acreditam que o problema não deve ser resolvido a curto prazo.
Uma reunião entre representantes da Infraero, das companhias aéreas, da Aeronáutica e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nesta segunda deve discutir o assunto novamente.