O Ministério da Saúde inaugura amanhã, o Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Ufal.
O serviço está em funcionamento desde agosto como referência no Estado para a assistência integral ao paciente com câncer, embora o setor ainda aguarde a autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para oferecer aos portadores da doença o tratamento por radioterapia.
A solenidade de inauguração do Cacon acontecerá às 10 horas, com a participação do diretor do Instituto Nacional do Câncer, Luis Antonio Santini, do governador Luis Abílio de Souza, da reitora Ana Dayse Dorea, do diretor-geral do hospital, Paulo Teixeira, de autoridades, professores, estudantes e técnicos.
O Cacon faz parte do Programa de Expansão da Assistência Oncológica (Expande) no País, lançado pelo ministério em 2001 com objetivo de mudar o atual modelo de assistência ao paciente portador de câncer, através da ampliação do atendimento à população com serviços especializados.
A implantação do Cacon se deu ainda na gestão de Álvaro Machado, então secretário de Estadual de Saúde, que fez gestões junto ao Ministério da Saúde para que Alagoas ganhasse um Centro desse porte.
Atualmente, a rede de serviços oncológicos do país oferece 62% de cobertura razoável ou boa aos pacientes, um percentual considerado baixo e que é agravado pela distribuição inadequada desses serviços que registram concentração nas áreas economicamente mais ativas. Em Alagoas, por exemplo, apenas 22% da população têm acesso a serviços integrais em oncologia, segundo dados do ministério.
Por definição, os Cacons são unidades dotadas de recursos humanos e equipamentos necessários para garantir desde o diagnóstico, reabilitação, cuidados paliativos, hemoterapia, radioterapia, oncologia clínica e cirúrgica, até o suporte psicológico, a nutrição, farmácia e serviço social para os pacientes.
Além disso, as ações dessas unidades também englobam a prevenção, informação, pesquisa e educação na área de oncologia, tudo num mesmo local. É, portanto, uma unidade de referência em câncer na localidade onde está instalada.
Foi justamente por preencher os requisitos do Projeto Expande que o Hospital Universitário foi escolhido para funcionar como Cacon. A construção do centro foi viabilizada através de uma parceria envolvendo a Universidade Federal de Alagoas, o Ministério da Saúde e a Secretaria Executiva de Saúde de Alagoas.
O governo do Estado financiou a construção do prédio, orçado em R$ 3,5 milhões e, em contrapartida, recebeu do governo federal igual montante financeiro em equipamentos para as unidades de saúde pertencentes ao Estado.
O governo federal investiu R$ 3,8 milhões na compra de equipamentos para o Cacon do HUPAA, entre os quais o acelerador linear ( US$600 mil) e o equipamento para braquiterapia (estimado em US$ 300 mil) que compõem o serviço de radioterapia.
Segundo enfatiza o diretor do hospital, o serviço está pronto para funcionar sob todos os aspectos, mas só poderá fazê-lo após receber a autorização da Cnen, o que deve acontecer ainda este ano. A estrutura do Cacon tem 1.600m² de área construída e conta com 11 ambulatórios.Também dispõe de farmácia, sala para aplicação de quimioterápicos, brinquedoteca, sala de estudos, vestiários e ampla área administrativa.
O Cacon conta hoje com 16 poltronas para pacientes adultos na quimioterapia e sete poltronas para pacientes infantis, além de quatro camas para adultos e crianças.
Os pacientes do Cacon dispõem hoje de assistência nas especialidades de oncologia clínica, cirurgião oncológico, neurocirurgião oncológico, ginecologia, mastologia, cirurgia do tórax, cirurgia de cabeça e pescoço, nutricionista, psicólogos, hematologia, urologia, pediatria e cirurgia plástica. Além disso, contam com os serviços de curativos (pequenos e de grande porte) e do Núcleo de Controle do Tabagismo, entre ações de prevenção ao câncer.