Os médicos residentes de Alagoas decidiram ontem à noite encerrar a greve iniciada no início deste mês e voltaram às atividades na manhã de hoje nos hospitais de ensino da Uncisal (Casa Maternal Santa Mônica, Hospital Dr. Hélvio Auto, Portugal Ramalho e José Carneiro), Santa Casa de Misericórdia de Maceió e Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) da Ufal. O fim do movimento ainda não é unanimidade entre a categoria a nível nacional. Em vários estados o retorno dos residentes médicos às atividades só acontecerá após a sanção presidencial ao projeto de reajuste aprovado ontem pelo Senado.
A categoria conseguiu garantir o reajuste em 30% do valor da bolsa residência, que passará dos atuais R$ 1.470 para R$ 1.916. O relator da matéria, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), apresentou parecer favorável a sua aprovação e o presidente da Casa, Renan Calheiros, considerou o parecer oportuno. Além da aprovação do projeto, o que contribuiu para os residentes médicos de Alagoas encerrarem a paralisação foi o compromisso assumido pela direção e preceptores das instituições hospitalares de discutir periodicamente os problemas da categoria e buscar alternativas para sanar as deficiências relativas ao ensino e assistência aos alunos.
Segundo a residente Deise Maria Dalboni, do HUPAA, foi firmado um acordo conjunto com os hospitais para atendimento às reivindicações da categoria, entre as quais, melhores condições de trabalho e adequação da carga horária em cumprimento ao que determina o Programa de Residência Médica. No HUPAA, o estágio dos residentes médicos será encerrado em 31 de janeiro.
A greve dos residentes médicos foi iniciada em 6 de novembro e provocou, no Hospital Universitário o cancelamento de 21 cirurgias, somente no primeiro dia da mobilização. Com o retorno da categoria às atividades, os setores voltarão a atender maior número de pacientes.
