O Jogo do Poder

O tão propalado grupo de deputados estaduais liderado pelo atual presidente da Assembléia Legislativa, Celso Luiz (PMN), candidato derrotado a vice-governador na chapa do deputado federal João Lyra (PTB), não agüentou o primeiro “arrocho” e se quebrou. Tão logo foi anunciada a vitória do senador Teotonio Vilela Filho (PSDB) ao governo de Alagoas passou-se a discutir a formação de chapas para condução do Poder Legislativo alagoano a partir de 1º de fevereiro de 2007.

Nas urnas o PMN de Celso Luiz saiu com 12 deputados eleitos: Cícero Amélio, Cícero Ferro, João Beltrão, Zé Pedro, Sérgio Toledo, Arthur Lira, Isnaldo Bulhões Júnior, Marcos Ferreira, Nelito Gomes de Barros, Gilvan Barros, Cáthia Freitas e Cláudia Brandão, esposa de Celso. A partir daí o grupo que foi derrotado na disputa pelo governo começou a se articular para entrar firme na briga pela presidência da ALE, contando que todos se manteriam unidos nesse propósito.

E começaram a especular nomes para suceder Celso, como dos deputados Isnaldo Bulhões Júnior e Arthur Lira, que entrariam na briga contra Antonio Albuquerque, reeleito para o quarto mandato pelo PFL e que deu apoio total à candidatura vitoriosa de Téo Vilela. Albuquerque, que foi presidente da ALE por duas vezes, a primeira entre fevereiro de 1995 e janeiro de 1997, e a segunda entre fevereiro de 2001 e janeiro de 2002, começou a se articular nos bastidores para voltar ao posto.

A partir daí começaram as conversas de “pé de ouvido” e o grupo liderado por Celso começou a ruir. O governador eleito, que em princípio afirmara que não se envolveria na disputa interna da ALE, passou a entender que para o bem de seu futuro governo o bom seria que o comando do Legislativo ficasse nas mãos de um político aliado. E nesse caso o melhor nome seria o de Albuquerque. Daí em diante as articulações foram ficando mais fortes e o grupo do outro lado começou a ruir.

Dos 27 deputados estaduais eleitos em 1º de outubro, pelo menos dois, os petistas Paulão e Judson Cabral, devem ficar fora das conversas para formação da futura Mesa Diretora da Assembléia. Nesse caso restariam 25 deputados como votantes. Se o grupo de Celso Luiz elegeu 12 deputados e a esses se somavam Maurício Tavares e Marcelo Victor, eleitos pelo PTB, além de Marcos Barbosa (PPS) e Antônio Holanda Júnior (PTdoB), teriam maioria folgada para eleger a nova Mesa Diretora.

Mas aí é que entra a força do governo. Sabedor das dificuldades que poderia ter a partir de janeiro quando assume o governo para implementar mudanças e projetos, Téo Vilela decidiu entrar nas articulações para formar um grupo capaz de garantir a eleição de um nome aliado, que nesse caso é o deputado Antônio Albuquerque, que esteve ao seu lado durante toda a campanha e sabe muito bem o funcionamento interno e o jogo de interesses que habitam a Casa de Tavares Bastos.

O esfacelamento do “grupo celsista” começou a partir da saída dos deputados Cícero Amélio, Nelito Gomes e Marcos Ferreira, para apoiarem Albuquerque. Com eles vieram Maurício Tavares, Marcos Barbosa e Antônio Holanda. Hoje, Albuquerque conta com os votos de 15 deputados. O outro grupo continua com dez, mas não seja surpresa se outros nomes também decidirem mudar de lado. Alguns têm se insinuado, faltando apenas pequenos detalhes para trocar de lado.

A política é muito dinâmica e o adversário de hoje pode ser o aliado de amanhã. Todos sabem que um deputado com bom juízo não vai querer ficar contra o governo durante quatro anos, perdendo favores, benesses e outras coisas que só o poder é capaz de proporcionar. A maioria dos deputados alagoanos, principalmente aqueles com mais de um mandato sempre tiveram privilégios em todos os governos que passaram nos últimos anos em Alagoas e não seria agora que vão querer perder a mamata.

Portanto, se não houver nenhuma surpresa, pode se dizer que a disputa pela presidência da Assembléia Legislativa, marcada para 1º de fevereiro de 2007, está decidida em torno do nome do deputado Antônio Albuquerque, um político bem articulado, vencedor e que nas eleições deste ano conseguiu dá a volta por cima depois de passar os últimos quatro anos afastado do poder maior no Legislativo alagoano. E nesse caso a lição que se pode tirar é de que no “Jogo do Poder” quem for fraco e não agüentar arrocho que corra ou “chame a mãe”.

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