O presidente do Senado, Renan Calheiros, participou, na manhã de hoje, da reunião em que o conselho nacional do PMDB formalizou seu apoio oficial ao segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao chegar para a reunião, realizada no auditório Petrônio Portela, Renan destacou a importância dessa coalizão proposta por Lula para que o país retome o crescimento.
Há oito dias, o presidente do partido, deputado Michel Temer, recebeu do presidente da República uma proposta de agenda mínima em troca do apoio do PMDB ao governo. Com sete itens, as proposições dessa agenda vão desde a reforma política e tributária até a criação de um conselho político composto pelos partidos da coalizão, além de mudanças nas políticas econômica, fiscal e monetária.
– Não vejo como o PMDB possa cumprir estrategicamente o papel que a História e as urnas lhe reservaram senão aprimorando a coalizão, definindo os fundamentos da coalizão, fazendo propostas. Eu trabalharei para que isso aconteça.
De acordo com a explicação de Renan, essa coalizão tem o objetivo de juntar os partidos na governabilidade, mas com fundamento programático. Referindo-se à reforma política, um dos itens desse entendimento desejado por Lula, ele disse que a matéria já andou 50% do seu caminho, porque já foi votada no Senado, precisando agora apenas ser decidida na Câmara.
Nos discursos que antecederam a decisão do PMDB pela coalizão, o senador José Sarney (PMDB-AP) homenageou a presença, no auditório, do ex-presidente da Câmara Ibsen Pinheiro, agora eleito deputado federal. E disse que o PMDB, que sempre foi um partido de tensões internas, estava ali celebrando um especial momento de entendimento e unidade.
– Quando, em 2001, decidi apoiar a candidatura de Lula à Presidência da República, o fiz achando que ele era melhor para o Brasil e acho isso até hoje. A eleição recente mostra que todos estávamos certos. Conseguimos, através da eleição, unificar o partido. Estamos agora aprovando uma proposta de coalizão, que quer dizer governo conjunto. E sem o PMDB, esse país não terá governabilidade.
Num discurso igualmente emocionado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que o governo de Lula deixa muito a desejar no compromisso com a ética e com a seriedade e que, para fazer parte desse governo, o PMDB também teria que mudar. A coalizão com o governo foi aprovada por aclamação da maioria dos 65 membros do conselho nacional do partido.
Agência Senado