O 114° Encontro de Comércio Exterior teve sua abertura na manhã de hoje e visa discutir o mercado internacional e apontar os caminhos para a exportação de produtos de pequenas e médias empresas. O encontro ocorre no Centro Cultural e de Exposições de Maceió e vai até às 18 horas.
Durante o encontro, ocorrem diversas palestras e há estandes das instituições parceiras para tirar dúvidas de pequenos empresários que se interessem pelas exportações. Participam do evento os Correios, Banco do Brasil, Estado de Alagoas, Prefeitura de Maceió, Sebrae, BNDES, Caixa Econômica e Faculdade de Alagoas, que formam um grupo de parceiros na busca pelo desenvolvimento das exportações em Alagoas.
Conforme a assessoria de imprensa, o evento é voltado para o publico em geral, mas principalmente para micro-empresários e estudantes de Comércio Exterior. Os organizadores citam como exemplo um projeto piloto de exportação, que envolve 15 micro-empresas e universitários da Faculdade de Alagoas. As primeiras exportações do projeto já são previstas para 2007.
Conforme o representante do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Fábio Martins Farias, o Brasil tem crescido nos números das exportações, em parte por ser favorecido pela conjuntura, e em parte pela preparação dos empresários, que vem estudando os caminhos e se “armando” para os desafios. “Só está dentro de uma grande onda, quem de fato sabe surfar”, destaca Martins.
Martins explica que as exportações obedecem a um tripé para alcançar o sucesso, composto pela qualidade, preço e prazo de entrega e por esta razão “as parcerias são importantíssimas para o desenvolvimento e aproveitar as oportunidades de negócios que surgem em todo o mundo.“As empresas brasileiras estão participando do mercado mundial e sabendo fazer isto. No Brasil, nós enfrentamos a dificuldade de termos dimensões continentais. Na Europa não ocorre. Os países lá exportam como estivessem vendendo dentro de seus próprios territórios, mas mesmo diante disto nos encontramos com muitas micro-empresas exportadoras no território nacional”.
Alguns dos desafios a serem superados – conforme Fábio Martins – é a logística para entrega dos produtos e os selos de qualidade. “É por isto que contamos com o Banco do Brasil, o BNDES e outras instituições que disponibilizam canais que ligam os exportadores ao mercado internacional. E a partir daí, estamos trabalhando para lançar as empresas brasileiras para o mundo. Temos que identificar o mercado alvo e participar deste mercado.”
Em Alagoas, conforme o secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Alagoas, Alberto Cabús, as grandes empresas já estão com o caminho pavimentado, cabe agora trabalhar o desenvolvimento de 10 novos setores produtivos, que crescem no Estado, como por exemplo, o artesanato, as flores tropicais, moda e calçados. “Estamos inseridos neste mercado internacional e contamos hoje com empresas exportando, que estão em todas as áreas de Alagoas, como Arapiraca, Marechal Deodoro, a Zona da Mata etc. Um exemplo disto é a exportação dos derivados do coco, que em relação ao ano passado, cresceu 900%”, explicou Cabús.
“A gente ainda se preocupa com números, mas o principal ponto é disseminar a cultura de exportação. Temos que desmistificar a idéia de que exportar é difícil. Vamos dar uma nova sistemática, facilitar caminhos”. Em Alagoas as exportações ocorrem por via área, porto e agências dos Correios, no caso das exportações de pequeno porte. Os empresários alagoanos utilizam ainda os portos de Salvador (BA), Recife (PE) e Fortaleza (CE), por ainda não se ter no Estado cais de containeres.
Mesmo com as exportações por outras vias, os Correios ainda sim possuem sempre papel importante, pois é por meio deles que as empresas exportam os catálogos de produtos. “Os correios hoje possui uma estrutura voltada a atender o pequeno empresários. Antes era ela era insuficiente, mas hoje trabalhamos em parceria para auxiliar o pequeno exportador, para que ele cresça”, colocou o diretor regional dos Correios, José Renivaldo dos Santos.
As instituições bancárias – Banco do Brasil e Banco do Nordeste – estão inseridos no projeto que facilita os caminhos da exportação. Os dois são responsáveis – conforme seus representantes – pelo suporte da consultoria e muitas vezes a abertura de crédito.
O representante do Banco do Nordeste, Magno Valença, por exemplo, destaca o apoio que tem sido prestado pela instituição financeira. “A maior demanda é preparar o empresário para o mercado. Por esta razão, é tão importante a participação junto ao Estado em programas, atuando como consultor e conselheiro. Destacamos os Arranjos Territoriais Produtivos, que formam núcleos que se inserem no mercado internacional”.
Atualmente Alagoas é o 2° estado do Nordeste em exportações e o 17° do país. O Estado foi o único que não viu cair o número de empresas exportadores em 2006. Para Cabús, os números tem que ser ressaltados, pois são a prova viva de que as parcerias estão dando certo.
ENCOMEX
Ações e projetos voltados para o comércio internacional foram intensificados com a criação do ENCOMEX, que teve sua primeira edição no ano de 1997 no Rio de janeiro. Alagoas foi sede do ENCOMEX nos anos 2000, 2002 e 2003, nas cidades de Maceió e Arapiraca. A expectativa para o 114º ENCOMEX é reunir cerca de 600 pessoas, entre empresários, artesãos, estudantes e profissionais da área. As inscrições podem ser feitas no site www.encomex.desenvolvimento.gov.br ou no local do evento.