“Alagoas está, com certeza, melhor do que o Estado que este governo recebeu, há oito anos, com problemas crônicos de todo o tipo, a exemplo dos altos índices de mortalidade infantil, analfabetismo, estagnação econômica, crise em todos os setores no serviço público, fruto de praticamente duas décadas perdidas, em termos de investimentos”.
A afirmação foi feita hoje, pelo secretário coordenador de Desenvolvimento Econômico, Arnóbio Cavalcanti, que representou o governador Luis Abílio na solenidade de lançamento do livro “Superando a Estagnação – Como Alagoas conseguiu vencer a falência da estrutura pública, avançar em questões sociais e focar o desenvolvimento”, escrito pelos jornalistas Cristina Limeira, Carlos Madeiro, com a colaboração dos professores e economistas Edmilson Veras e Cândido Nascimento, do Departamento de Economia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O livro retrata a gestão dos governadores Ronaldo Lessa e Luís Abílio.
“A máquina pública em Alagoas deu um salto de qualidade com a criação, nos anos 60, de empresas como a Ceal, Codeal, Casal, Produban, entre outras, mas entrou em total decadência no período entre o fim dos anos 70 até a metade dos anos 90, quando muitas empresas quebraram, fruto de más administrações”, ressaltou Arnóbio, acrescentando que, em 1999, a partir do ajuste e do choque fiscal implantado pela atual administração, Alagoas voltou a ter credibilidade com as instituições nacionais, com assento no BID e nos bancos oficiais, e voltou a entrar na agenda nacional de desenvolvimento.
“Quem não lembra do caos na saúde e no serviço público até 1999? Foi preciso retomar a agenda de desenvolvimento para o Estado. O ajuste fiscal, o pagamento dos salários em dia, os concursos públicos realizados, a construção do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares e do Centro de Convenções, a instalação de seis empresas no ramo químico-plástico e o boom na rede hoteleira colocaram Alagoas no rumo do crescimento. É claro que ainda precisa melhorar, mas, hoje, temos uma base que tinha sido destruída e que deixa o próximo governo com estrutura suficiente para melhorar ainda mais o quadro social”, completou o secretário.
Um dos trechos do livro destaca como medida fundamental para o avanço do Estado, a renegociação do famoso “acordo dos usineiros”, que isentava dívidas e impostos da classe e prejudicava sensivelmente a arrecadação. “Hoje, a receita estadual apresenta um crescimento de cerca de 158% em relação ao que foi encontrado”, destacou.
Lessa – Na solenidade, o ex-governador Ronaldo Lessa destacou que foi preciso apostar na Educação e na parceria com a sociedade civil para diminuir os índices perversos de desigualdade encontrada em 1999. “Construímos mais escolas e ofertamos mais vagas na rede pública que todos os governos anteriores juntos. O resultado disso a sociedade terá ao longo dos anos”, frisou Lessa, ao destacar a parceria feita no início da administração, quando chegou a usar um colete da Defesa Civil em protesto pelo desastre e o quadro desolador encontrado, a exemplo dos altos índices de mortalidade infantil, que, na ocasião, era de quase setenta crianças para cada mil nascidas vivas.
“O livro, inclusive, preferiu adotar os números do IBGE, que reconhece a diminuição da mortalidade infantil, mas com projeções mais conservadoras em relação ao Unicef, que chegou a premiar o Estado pelo esforço empreendido”, destacou Lessa.
“Por isso tudo, o novo governo que se instalará em 1º de janeiro pode ficar tranqüilo, que vai receber um Estado absolutamente em dia com a Lei de Responsabilidade Fiscal, graças a tudo que foi realizado”, completou o ex-governador.
Avanços – O professor e economista da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Edmilson Veras, um dos colaboradores do livro, destacou que não há como negar o avanço dado pelo Estado nos últimos sete anos. “Muito ainda precisa ser ajustado, mas o choque fiscal no início deste governo foi fundamental para Alagoas avançar em vários setores”, ressaltou.
“O esforço do governo em encarar com seriedade questões como a mortalidade infantil, o caos na saúde e no funcionalismo público, a renegociação das finanças públicas, com o conseqüente aumento da receita, além da parceria da sociedade, foram fundamentais para que o Estado desse um salto no seu desenvolvimento”, considerou o professor Cândido Nascimento, outro colaborador na obra.
“Acredito que esse será um registro importante à disposição dos acadêmicos, professores, intelectuais e para que o futuro governo tenha como base e faça os ajustes que serão necessários para melhorar o que ainda precisa melhorar, assim como o de seguir o que deu certo”, frisou a diretora da Editora Universitária (Edufal), Sheila Diab Maluf, que representou a reitora Ana Dayse Dórea.
Prestigiaram a solenidade, entre outras personalidades, o desembargador José Carlos Malta; diversos secretários e representantes das prefeituras municipais.