Anvisa dificulta venda de remédios para emagrecer

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai mudar as receitas dos medicamentos usados no tratamento de obesidade (anorexígenos). Pelas novas regras, esses remédios só poderão ser prescritos pelo médico com a receitas tipo "A", de cor amarela. Essas receitas são produzidas pelas unidades de vigilância sanitária e distribuídas aos médicos de acordo com as justificativas de necessidade de prescrição.

Segundo a Anvisa, a intenção é coibir abusos na prescrição e venda desses remédios. Atualmente, é exigida para a prescrição de anorexígenos a receita tipo "B", de cor azul. Neste caso, o próprio médico é o responsável pela impressão gráfica das receitas, tendo apenas de comunicar à Vigilância Sanitária a quantidade produzida em determinado período.

A agência também pretende proibir a prescrição de fórmulas de remédios, em preparações separadas ou não, com diuréticos, hormônios ou outras substâncias com ação medicamentosa em associação com os anorexígenos. As fórmulas para emagrecer chegam a ter até 15 componentes. Os mais comuns são anorexígenos para controlar o apetite, tranqüilizantes, hormônios da tireóide, diuréticos, laxantes e antidepressivos.

Toda fórmula para emagrecer contém uma substância anorexígena. Geralmente dietilpropiona ou fenproporex. Os brasileiros consomem 70% de todo o fenproporex produzido no mundo. Isso acontece porque é uma droga barata, mas ela pode provocar dependência química, depressão, irritabilidade e transtornos psiquiátricos mais sérios, mesmo em doses baixas.

Riscos

Para tentar diminuir os efeitos tóxicos dos anorexígenos, as fórmulas também contêm tranqüilizantes e antidepressivos, apesar de uma norma do Conselho Federal de Medicina, editada em 1997, proibir esse tipo de associação. Receitar tranqüilizantes misturados com anfetaminas não só é proibido por lei como aumenta muito o risco de doenças cardíacas e psiquiatras. Além disso, como são drogas que causam dependência, o efeito fica cada vez mais fraco e os usuários acabam aumentando a dose por conta própria.

Outra proposta da Anvisa é informatizar o controle e fiscalização de substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. As medidas ainda estão sendo debatidas pela Anvisa.

Em novembro, ao divulgar pesquisa sobre uso de drogas, a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) alertou para o risco dos medicamentos para emagrecer. O coordenador do levantamento, Elisaldo Carlini, disse que o Brasil deveria proibir o uso desses medicamentos. De acordo com a Senad, o Brasil consome 90% das drogas para emagrecimento no mundo.

Fonte: G1

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