Num dia em que prevaleceu a raça gaúcha sobre a técnica de Ronaldinho e Deco, o Internacional derrotou o Barcelona por 1 a 0, neste domingo, em Yokohama (JAP), e conquistou pela primeira vez o Mundial de Clubes da Fifa.
O alagoano Adriano (ex-CSA), que iniciou o duelo no banco de reservas, fez o gol histórico do clube gaúcho, que, assim, iguala o feito de seu principal rival, o Grêmio, que havia sido campeão mundial em 1983.
O resultado mantém a hegemonia do futebol brasileiro no Mundial de Clubes da Fifa. Nas outras duas edições, o Brasil venceu todas –Corinthians, em 2000, e São Paulo, 2005.
Não bastasse isso, o Brasil ainda não perdeu no formato com representantes do todos os continentes. Até o momento foram 11 partidas, sendo nove vitórias e apenas dois empates.
Os brasileiros se tornam os algozes do Barcelona em decisões do Mundial. Nas duas vezes que chegou à decisão, o time catalão foi derrotado por um time do País –antes, perdeu para o São Paulo, em 1992.
O resultado não poderia ser mais desastroso para o Barcelona, considerado um dos melhores times do mundo. O time de Ronaldinho se mantém "na sombra" de seu rival, o Real Madrid. O clube madrileno ganhou o título mundial em três oportunidades –1960, 1998 e 2002.
O jogo
No início da final, o Internacional até conseguiu equilibrar o jogo. Não demonstrava nervosismo, tinha facilidade para tocar a bola e exercia uma marcação forte em cima de Ronaldinho. Demonstrou estar bem mais ligado no duelo.
Mas esse bom momento desapareceu antes da metade da etapa inicial, quando o Barcelona, enfim, "acordou", para a decisão. A melhora se deve, em boa parte, aos espaços que começaram a aparecer no campo. Com Ronaldinho marcado, Deco passou a comandar o elenco catalão.
E o Barcelona foi para o ataque. Aos 18min, Clemer não segurou um chute de Van Bronckhorst. No rebote, Ronaldinho bateu forte e o goleiro do Inter espalmou para escanteio. Dois minutos mais tarde, o meia-atacante brasileiro tentou cavar um pênalti.
O clube espanhol era melhor, enquanto os gaúchos tinham dificuldade para atravessar o meio-campo. Alexandre Pato e Fernandão, que tiveram liberdade para atuar no começo, estavam desparecidos. A dificuldade do time gaúcho era tão grande que sua primeira grande oportunidade saiu somente aos 38min, com o zagueiro Índio.
O panorama do segundo tempo foi um pouco diferente. Apesar do Barcelona continuar com mais iniciativa, o Inter esteve compacto e assim melhorou sua marcação. Deco e Ronaldinho perderam seus espaços.
Por outro lado, a paciência de Abel Braga com a fraca atuação de Alexandre Pato terminou aos 16min, quando sacou o jovem atacante para colocar Luiz Adriano –outro novato do time gaúcho e que fez gol da classificação diante do Al Ahly.
Nem essa substitução melhorou o poder ofensivo dos gaúchos. Para piorar, aparentava cansaço. Bom para o Barcelona, que voltou a pressionar. Aos 29min, Xavi recebeu Belletti, dois que entraram na etapa final, e chutou forte, exigindo uma boa defesa de Clemer.
Quando a partida caminhava para o final, a tática do Internacional entrou em ação. Em um contra-ataque perfeito, aos 36min, Iarley rolou para Adriano, que tocou na saída do goleiro espanhol e fez o gol do título do time gaúcho.