Pastoril encanta clientes no Iguatemi

O pastoril do Instituto Galba Novaes de Castro foi uma atração a parte, num domingo de shopping lotado para as compras de Natal e fim de ano. A apresentação aconteceu agora há pouco e lotou o corredor principal do térreo, próximo ao tradicional café.

Para a aposentada Maria Luiza de Medeiros, que veio de Marechal Deodoro, com a família, para fazer compras, a apresentação trouxe de volta um passado onde a arte tinha mais valor popular. “Eu cresci vendo as festas com pastoril; ficava vendo a disputa do azul com o encarnado. Hoje a maioria dessas pessoas aqui, principalmente os mais jovens, acha bonito, mas não sabe o valor que essa cultura tem”, desabafou a aposentada.

O Pastoril integra o ciclo das festas natalinas do Nordeste, particularmente, em Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. É um dos quatro principais espetáculos populares nordestinos, sendo os outros o Bumba-meu-boi, o Mamulengo e o Fandango.

No Pastoril, os espectadores, representados pelo povo, a comunicação com os personagens faz-se franca e informalmente, não só com palmas, mas com vaias e assobios, com dedos rasgando as bocas, piadas e ditos, apelidos e descomposturas.

As canções, obedecendo a uma seqüência de atos que se chamam jornadas, são entoadas com o maior respeito e ar piedoso pelas meninas e jovens de pastorinhas.

Nos Presépios atuais, como nos Pastoris, encontram-se ainda os dois cordões. O Encarnado, no qual figuram a Mestra, a 1ª do Encarnado e a 2ª do Encarnado, e o Azul, com a Contra-Mestra, a 1ª do Azul e a 2ª do Azul.

Hoje, os pastoris estão desaparecendo. Mas, graças ao trabalho desenvolvido no Instituto Galba Novaes, uma entidade sem fins lucrativos, de caráter filantrópico, educativo, técnico, cultural, científico e de assistência social, com sede na avenida Durval de Góes Monteiro, no Tabuleiro do Martins, culturas como o Pastoril ganham vida e encantam platéias por onde passa.

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