Políticos negam favorecimento aos doadores

Aloizio Mercadante (PT-SP): "Vou continuar me posicionando pela minha consciência e pelos meus valores. Ou pela função que exerço. Nesse caso específico, todas as minhas relatorias foram relatorias do governo. Eu expresso a posição do governo. Foi assim enquanto fui líder do governo. Se achar que há alguma objeção, eu evidentemente não vou assumir [a relatoria]. Em geral, no Senado, não se recusa relatoria".

Delcídio Amaral (PT-MS): "A doação foi absolutamente espontânea, eles procuraram a coordenação da minha campanha e fizeram a doação. Foi uma doação oficial, de R$ 50 mil e eu sempre tive uma relação muito boa com a Embraer. Mas não percebi assim nenhum tipo de interferência, muito pelo contrário, eu só tomei conhecimento depois. Nenhum pleito da Embraer surgiu ao longo do debate".

Demóstenes Torres (PFL-GO): "Eu defendo isso, a doação legal. Se não, você tem que ir para o banditismo, para o caixa dois. Acho até que eles me deram muito pouco. Estava mal na pesquisa, se estivesse melhor, acho que eu tinha recebido muito mais. Como não vivo de corrupção, com todo mundo que me relacionei de forma sadia, vou atrás e busco".

Maguito Vilela (PMDB-GO): "Essa doação, para mim é novidade. Preciso saber até do meu tesoureiro da campanha. Eu nunca me envolvi com a parte financeira. Nem sabia disso. Não conheço o Flávio Guimarães. Como é o nome do banco? Honestamente, não tenho conhecimento. Na CPI dos Correios tive uma atuação dura".

Ney Suassuna (PMDB-PB): "As empresas doaram merrecas. Para uma campanha com o valor que teve a minha [R$ 1,8 milhão], foi muito pouco [R$ 128 mil]. E fizeram isso apesar de eu ter votado contra eles. Doaram para mim porque sabem que eu sou um bom senador, que sou um senador que tem na minha área uma potencialidade grande, uma vez que sou o líder do PMDB".

Pedro Simon (PMDB-RS): Sua assessoria disse que "as campanhas de Simon e Rigotto [a governador] tiveram um único arrecadador. No caso da doação específica, o senador não teve contato algum com a empresa citada. Na CPI da Terra, o senador zelou pelo equilíbrio".

Renan Calheiros (PMDB-AL): "Nós prestamos contas, na forma da lei. E, quando houve a investigação e nós nos deparamos com o conflito, eu saí da CPI. (…) Acho que, havendo conflito óbvio, é melhor retirá-lo para não haver dúvida, colaborar com a transparência".

Rodolpho Tourinho (PFL-BA): Sua assessoria disse que "a subcomissão está no papel, mas nunca foi implantada. E que se for pela tese de que ele é membro da comissão e não poderia receber recursos da Magnesita, por essa linha ele também é membro da CCJ, da CAE, e não poderia receber nada. Essa tese, portanto, na opinião dele, não prospera".

Romero Jucá (PMDB-RR): Sua assessoria disse que "a doação não foi para ele. A AmBev fez doações para vários partidos, foi uma política da AmBev: em vez de doar para candidatos, doar para partidos. O senador relatou uma série de assuntos, os mais variáveis possíveis. Sempre um parlamentar vai ter, em algum momento da vida parlamentar, relatado algum assunto que tem relação com alguma empresa que doou a ele lá na frente".

Sérgio Cabral (PMDB-RJ): Seu tesoureiro e suplente Régis Fischtner disse que "o fato de ele ter recebido doação não o impede de relatar, não tira a sua isenção como relator. Seria como vender o mandato, o que ele não faria nunca. A Caemi doou para vários candidatos".

Sérgio Guerra (PSDB-PE): Sua assessoria disse que "não houve conflitos de interesses porque, em seu trabalho na comissão, ele não beneficiou nenhuma empresa relacionada à doação".

A assessoria de Aelton Freitas (PL-MG) disse que ele não foi localizado. Os gabinetes de Garibaldi Alves (PMDB-RN), Osmar Dias (PDT-PR), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Luiz Otávio (PMDB-PA) e Romeu Tuma (PFL-SP) foram contatados, mas não responderam.

Folha Online

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