O valor do dinheiro apreendido pela Polícia Federal (PF) durante a nona fase da Operação Lava Jato na sede da empresa Arxo, em Itajaí (SC), somou R$ 3,186 milhões. Segundo os policiais, as notas estão divididas em reais, dólares e euros. A empresa mantinha contratos com a BR-Distribuidora e é suspeita de estar envolvida em um esquema de pagamento de propina.
Para contabilizar todo o dinheiro, a PF demorou levou quase dois dias. O valor foi divulgado pela Polícia Federal na manhã deste sábado (7).
A Arxo Industrial do Brasil chegou a estabelecer um contrato de R$ 85 milhões com a BR Distribuidora, segundo a PF. A parceira foi firmada em outubro de 2014, maior contrato até então da empresa com a petroleira. Pelo documento, a Arxo deve entregar 80 caminhões-tanque para abastecimento de aeronaves, os CTAs, no prazo de 18 meses. Os primeiros veículos devem ser entregues neste mês.
Em nota divulgada à imprensa, a Arxo afirma que o dinheiro encontrado no cofre da empresa seria utilizado em "pagamentos da empresa”. O procurador jurídico da companhia, Charles Zimmermann, disse no comunicado que todos os valores foram “contabilizados”. “Havendo indícios de fraude, o que não é o caso da Arxo, que está tudo contabilizado, é apurado o tipo de crime praticado”, destacou Zimmermann na nota.
Por volta das 19h de sexta-feira (6), chegou a Curitiba o terceiro preso desta fase da Lava Jato. João Gualberto Pereira é um dos proprietários da Arxo e estava em viagem aos Estados Unidos quando teve o mandado de prisão temporária expedido. Ele está preso na Superintendência da PF, assim como Gilson Pereira, sócio proprietário da empresa, e Sergio Marçaneiro, diretor financeiro.
Mário Goes, suspeito de ser um dos operadores do esquema de pagamento de propina, é considerado pela PF como foragido. Ele teve um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
A nova fase da operação se destina a colher provas sobre a participação de 11 operadores em um esquema ligado à diretoria de Serviços da Petrobras envolvendo pagamento de propina e lavagem de dinheiro na estatal. O esquema investigado teria atuado até 2014.
A operação foi batizada de "My Way" (meu jeito), em referência ao ex-diretor da área de Serviços Renato Duque. Segundo Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e um dos delatores do esquema, Duque era conhecido dessa forma.
A nona fase da operação foi realizada em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina. Foram expedidos 62 mandados.