Alagoas registra aumento de 115,24% de casos de dengue

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Neste sábado (7), aconteceu em todo o país o Dia D de combate à dengue e à febre chikungunya. É preciso uma intensa mobilização popular e mutirões de limpeza urbana, além de inspeções pelos agentes de endemias com a finalidade de detectar a presença de criadouros do Aedes aegypti.

São ações programadas pela gestão pública com a ideia de promover a mudança de hábitos e alertar sobre a gravidade das doenças. É também momento de as pessoas reverem alguns cuidados essenciais com o objetivo de eliminar os criadouros do mosquito em suas casas, reconhecendo a responsabilidade de cada um na prevenção do agravo.

“Dia D é momento de alerta, mas também é importante ressaltar que as ações de promoção e prevenção devem ser contínuas”, informou a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Cleide Moreira. Isso porque o período de janeiro a junho é considerado epidêmico, devido ao maior risco para o aumento de casos de dengue em razão da proliferação do mosquito.

ssas ações articuladas fazem parte da diretriz da nova gestão da Sesau. O primeiro passo para a nova linha de trabalho começou com as equipes da Vigilância Epidemiológica, Controle do Vetor e Atenção Básica, que juntos passaram a cumprir agenda de trabalho no interior do Estado, com o objetivo de investigar o alto índice de manifestação da doença em determinadas localidades. A medida tem ainda tem a finalidade de aprofundar a investigação epidemiológica a partir da atuação das equipes municipais de Saúde da Família, Vigilância e os agentes de endemia.

Quais os cuidados que a Sesau recomenda à população para evitar a proliferação do mosquito?
A combinação do trabalho preventivo em cada residência, junto com as ações do poder público, será essencial para reduzir a presença do mosquito no ambiente e consequentemente evitar epidemias. Um fato novo e que deve exigir a redobrada atenção do poder público e da população, é que o Aedes aegypti – o mosquito da dengue – também transmite o vírus de outra doença: a chamada Febre Chinkungunya. Casos dessa doença nova estão ocorrendo na Bahia e em Pernambuco e, por isso, é importante redobrar os cuidados para evitar a dengue e a introdução dessa doença no Estado.

Como proceder em casos do surgimento dos primeiros sintomas?
O Poder Público deve organizar os serviços de saúde de modo a atender a ocorrência de casos esporádicos de dengue e situações de maiores gravidades como surtos e/ou epidemias. O conjunto de ações voltadas para a vigilância e controle dessa doença evitará sofrimento e morte de pessoas. Por isso, os profissionais de saúde, em todos os municípios, devem estar atentos para o surgimento de casos de febre e artralgia (dores nas articulações), semelhante a uma dengue com apresentação atípica. A atenção deve ser maior principalmente para as pessoas que passaram por áreas com registro de casos da Febre Chinkungunya.

“Ainda não podemos afirmar que o Estado de Alagoas vive uma epidemia, mas se não houver uma atuação dos órgãos públicos e da população, a situação pode ser revertida”, advertiu a gestora estadual que, em entrevista, fala sobre a situação da dengue e chikungunya em Alagoas, bem como as medidas adotadas pela Sesau para eliminar o mosquito.

O período de janeiro a junho é considerado epidêmico devido à proliferação do mosquito e o aumento dos casos da doença. Diante desse fator sazonal, qual a atual situação da dengue em Alagoas?
As duas primeiras semanas epidemiológicas de 2015 apontam 579 novos casos notificados de dengue, dos quais 80 já foram confirmados. O número representa um aumento de 115,24% em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 269 casos. Dos municípios com maior incidência, Mata Grande e Major Isidoro estão em epidemia, com registro acima de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Já o município de Ouro Branco está em situação de alerta, registrando entre 100 a 200 casos. A capital Maceió e a cidade de Arapiraca têm, respectivamente, 58 e 25 casos notificados. E ainda existem quatro casos suspeitos da forma grave da doença em Maceió, Murici, União dos Palmares e Capela. Até o momento, apenas um óbito foi registrado em Maceió.

De acordo com o Boletim Epidemiológico da Situação Atual da Dengue em Alagoas, o Agreste e o Sertão do Estado são as áreas que apresentam maior predominância dos casos. Quais as medidas adotadas pela Sesau nessas regiões?
Os municípios de Mata Grande, Major Isidoro e Ouro Branco têm apresentado um aumento no número de casos de dengue. Para reverter a situação nessas localidades, a Sesau está adotando medidas para a orientação dos gestores municipais e da população. Já foram realizadas três visitas, com deslocamento das equipes da Sesau para os municípios, com o objetivo de organizar a assistência, promover ações de mobilização e propor mutirões de limpeza. É nesse sentido que o Estado está mobilizado para agir.

Devido a esse aumento de casos de dengue, podemos falar que o Estado vivencia uma epidemia?
Os casos estão concentrados em municípios da 9ª e 10ª regiões de saúde. Estamos trabalhando para evitar a epidemia e até o momento ainda não podemos afirmar que Alagoas vive uma epidemia, e sim apenas os municípios de Mata Grande e Major Isidoro. Mas, se não houver uma atuação dos órgãos públicos e da população, a situação pode ser revertida. É preciso atentar para esse período considerado epidêmico, de janeiro a junho, quando há maior risco para o aumento de casos de dengue em razão da proliferação do mosquito.

E qual a estrutura montada pela Sesau para o combate ao mosquito nos 102 municípios alagoanos?
Estamos desenvolvendo um trabalho sistemático e constante, com acompanhamento direto, orientação à gestão municipal e apoio laboratorial. Pedimos que os gestores adotem medidas nos ambientes públicos, como limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias, bem como recolhimento regular de lixo, bem como os mutirões de limpeza. Além disso, é importante ressaltar a importância do envolvimento da população na adoção diária de cuidados no acondicionamento do lixo, armazenamento de água e eliminação de recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito.

Fonte: Agência Alagoas

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