Explosão deixa mortos em marcha para lembrar revolução na Ucrânia

Reprodução/Facebook/Slava MavrichevCorpo coberto com bandeira ucraniana em Kharkiv, em foto publicada em rede social

Corpo coberto com bandeira ucraniana em Kharkiv, em foto publicada em rede social

Duas pessoas morreram neste domingo (22) na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, após uma explosão ocorrida durante a marcha para comemorar o primeiro aniversário da revolução que derrubou há exatamente um ano o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich.

Inicialmente, o Ministério do Interior da Ucrânia informou que havia um morto e pelo menos dez feridos. Em seguida, AFP e Reuters ouviram promotores de Justiça em Kharkiv, que afirmaram que três pessoas morreram. Depois, no entanto, a promotoria se corrigiu e informou à Reuters que os mortos seriam apenas dois. Um repórter da AFP viu pessoalmente dois corpos no local cobertos com bandeiras da Ucrânia.

Segundo a televisão local ‘112.Ukraina’, a explosão aconteceu no início da passeata, a cerca de 100 metros do Palácio dos Esportes, onde tinha começado a manifestação, segundo um porta-voz das forças da segurança.

Um comunicado publicado pela polícia ucraniana no site do Ministério do Interior informa que se trata de um "objeto explosivo desconhecido" e que o caso está sendo tratado como um "ato terrorista". Suspeitos foram detidos e um funcionário do serviço de segurança ucraniano disse que eles foram treinados na Rússia para fazer o ataque.

Um vídeo publicado no Youtube mostra o momento em que a bomba explode. Um estrondo é ouvido e uma multidão sai correndo. Em seguida, o vídeo mostra alguns feridos caídos.

Revolução

Há um ano, em 22 de fevereiro de 2014, o parlamento da Ucrânia destituiu Yanukovich, que na madrugada anterior tinha fugido de Kiev depois que setores mais radicais da oposição não aceitaram o acordo de compromisso que tinha assinado um dia antes, e que contemplava, entre outras coisas, eleições antecipadas.

Kharkiv, cidade com quase 1,5 milhão de habitantes, se transformou em meados de abril do ano passado em palco de manifestações pró-Rússia ao mesmo tempo em que as capitais das regiões vizinhas de Donetsk e Lugansk.

Embora os rebeldes pró-Rússia tenham conseguido então tomar alguns edifícios públicos na cidade, a contundência das forças de ordem ucranianas e a reticência da população em somar-se à rebelião evitaram que Kharkiv tivesse o mesmo destino que territórios vizinhos, mergulhados desde então numa sangrenta guerra.

Trégua?

O incidente com o explosivo ocorre em meio à notícia divulgada por diferentes fontes de ambos os lados do conflito de que os combates praticamente haviam cessado no leste ucraniano, e que Kiev e os separatistas pró-Rússia teriam concordado em iniciar a retirada das armas pesadas da linha de frente, para cumprir o cessar-fogo assinado em 12 de fevereiro em Minsk.

No entanto, o exército ucraniano afirmou que os rebeldes estavam pressionando com ataques contra as forças do governo perto de Mariupol, um porto nas mãos do governo, que é visto como o próximo grande alvo dos rebeldes.

O porta-voz Andriy Lysenko disse que um comboio militar transportando 60 veículos blindados, incluindo tanques, chegaram à cidade de Amvrosiivka a partir da Rússia no sábado. Um comboio de equipamento militar mais tarde cruzou a fronteira perto Novoazovsk, leste de Mariupol, no Mar de Azov.

Ele disse que confrontos estavam em andamento na aldeia de Shyrokyne, leste de Mariupol. "O confronto continua. Nossos soldados estão mantendo suas posições", disse Lysenko, acrescentando que houve um total de 44 ataques de separatistas em toda a zona de conflito nas últimas 24 horas.

Fonte: G1

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