Cerca de cinco meses depois da morte da soldado da Polícia Militar de Alagoas, Izabelle Pereira dos Santos, de 24 anos, a família da soldado ainda não possui informações sobre o desfecho das investigações.
A jovem foi atingida por uma rajada de submetralhadora no dia 31 de agosto de 2014, no Sítio São Jorge, durante rondas da Radiopatrulha. De lá para cá, após várias controvérsias em relação ao laudo pericial produzido pela Polícia Civil (PC), as circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas pela Polícia Federal (PF), que ficou de elaborar uma nova perícia.
O laudo da reconstituição do caso e da balística foi entregue pela PF à Justiça no dia 12 de fevereiro. A investigação é conduzida pelo delegado Lucimério Campos que já afirmou, em entrevista, não ter encontrado até o momento nenhuma “motivação ou dolo” por parte dos militares que acompanharam a militar.
Com medo que o caso volte a cair no esquecimento, o pai de Izabelle, militar da reserva, Cláudio Silva dos Santos, procurou o Alagoas 24 Horas na manhã desta terça-feira (24) para cobrar respostas das autoridades e garantir a divulgação do resultado. “A família não vai se calar e o laudo está pronto. Procuramos a PF por duas vezes antes e depois do carnaval e ainda não obtivemos resposta”, diz o PM reformado.
A família questionou desde o início o trabalho da PC, onde o próprio pai da vítima questionou os rumos dados pela investigação. Em 2 de dezembro, a PF realizou a reprodução simulada do fato. “Após tantos erros encontrados no laudo da PC, nós da família ainda acreditamos na competência da PF. Depois de tudo, vamos solicitar ainda a quebra do sigilo telefônico dos militares pois somente o de Izabelle foi feito”, afirma Cláudio Silva.
A soldado foi atingida por 17 disparos de submetralhadora na região do braço, axila e abdômen no dia 31 de agosto de 2014. Ela foi ainda socorrida com vida e levada ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde veio a falecer. Dentro da viatura, três colegas de farda a acompanhavam em uma ronda policial.
Em depoimentos prestados à Polícia Civil na época, os três militares afirmaram que a morte de Izabelle teria sido um acidente. Na versão deles, a arma estava posicionada de maneira irregular dentro do veículo e, mesmo travada, teria disparado contra a soldado.