O juiz federal Flávio Roberto de Souza classificou como “absolutamente normal” o fato de dirigir o Porsche Cayenne apreendido do empresário Eike Batista, já que havia comunicado ao Detran em ofício que o veículo estava à disposição do juízo. A declaração foi dada numa entrevista do magistrado à “Folha de S. Paulo”. Souza alegou não ter nomeado um depositário porque “não havia ninguém da minha confiança” e que “vários juízes fazem isso”.
Na entrevista, o juiz disse que tomou a atitude de trafegar com o carro de luxo com o objetivo de “mostrar a quem vem ao leilão”. O carro, porém, não estava entre os que seriam leiloados na quinta-feira – o evento foi suspenso pela Justiça.
Quanto ao fato de ter sofrido duras críticas em redes sociais depois de ser flagrado ao volante do Porsche e também de dar mais um argumento para os advogados do empresário pedirem seu afastamento de duas ações que julga, Souza alegou que “quem comenta não sabe a verdade”. Ele acusou a defesa de se inspirar “na falácia e na fofoca”.
O juiz ainda disse que não voltará a dirigir o carro e negou ter feito o mesmo com outro réu. Segundo Souza, não há outro automóvel de Eike à disposição da 3ª Vara Criminal Federal.
Flávio Roberto de Souza foi flagrado pelo fotógrafo do EXTRA, Rafael Moraes, ao volante do Porsche de Eike nesta terça-feira, quando chegava para trabalhar na Justiça federal, no Centro do Rio.