Depois de mais de 24 horas sem água, moradores dos conjuntos Salvador Lyra e José Maria de Melo ‘perderam a paciência’ e procuraram o Alagoas24Horas para denunciar o que eles chamam de ‘inoperância’ da Companhia de Saneamento.
De acordo com a denúncia, desde as primeiras horas da manhã de quarta-feira (25), os moradores daquela comunidade e de comunidades adjacentes não sabem o que é água encanada. Os reclamantes alegam que há mais de 20 dias a falta d’água é um problema recorrente. “Chega um dia, falta outro. Chega por algumas horas e quando abrimos a torneira, sem água outra vez” diz uma moradora.
A ‘irritação’ dos reclamantes se deve a explicação incoerente da Companhia. “É sempre a mesma desculpa: um problema na bomba. Se está com defeito que troquem por uma nova. É para isso que pagamos. Fica querendo economizar fazendo conserto de um equipamento que está desgastado”.
Comerciantes locais também falam em prejuízos. Uma cabeleireira reclama que tem perdido clientes. “O salão está vazio. Como vamos trabalhar sem água? Quem vai me reembolsar?”, indaga a autônoma.
O último posicionamento da Casal dava conta que o abastecimento seria normalizado até as 21h de ontem, o que não aconteceu até às 11h de hoje – mais de 12 horas depois do prazo limite estipulado pela Companhia.
Uma pesquisa divulgada em 2013 pelas professoras da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cleuda Custódio e Ivete Vasconcelos dá conta que a região do Tabuleiro é rica quanto ao volume de água e lençóis freáticos. "Na região do Tabuleiro, por enquanto a preocupação não é com a quantidade de água, mas com a qualidade, já que as perfurações, numa região com saneamento básico precário, onde são usadas fossas e sumidouros, podem contribuir para a contaminação desses lençóis freáticos", alerta a pesquisadora.
A escassez de chuva também não é um problema. A capital e também a região do Agreste tem registrado na última semana temporais com volume de água acima do esperado para o mês de fevereiro. "Água tem. A Casal é que é inoperante", acusa morador.
Moradores de Riacho Doce também alegam que estão sem água há mais de 15 dias.
Apesar da ineficiência em abastecer residências e o comércio da capital, o presidente da Companhia, Clécio Falcão, recebeu na última terça-feira (24) o presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Marcelo Beltrão, que também é prefeito de Jequiá da Praia, e o prefeito de Batalha, Aloísio Rodrigues de Melo, e se comprometeu – mediante pagamento de dívidas – em investir em melhorias nos municípios do Sertão – bem longe da capital e onde a água é mais escassa.
Casal
O Alagoas24horas tentou contato com a assessoria da Casal, sem sucesso. Uma funcionária da Companhia confirmou que a falta de água em Riacho Doce é consequência do roubo de cabos elétricos do poço que abastece a região. "Em Riacho Doce roubaram os equipamentos e os cabos elétricos. Os técnicos estão no local desde ontem. A intenção é aumentar a profundidade para dificultar um novo furto. Os técnicos trabalham para terminar ainda hoje. Essa é a previsão, mas não podemos garantir," relata.
Quanto ao problema do Salvador Lyra, a funcionária da Casal diz que a previsão para o fim dos trabalhos é 14h e o abastecimento deve ser retomado aos poucos. "Quanto ao Salvador Lyra, a mesma coisa. Teve um problema no poço que abastece a região. Os técnicos também estão lá e a previsão é de terminar e religar às 14h. Até o fim da noite deve normalizar o abastecimento naquela região," finaliza.
