O cineasta franco-tunisiano Abdellatif Kechiche, um dos mais conceituados do cinema de autor da atualidade, é tema de uma mostra que começou na quinta-feira (26) no Centro Cultural São Paulo. Kechiche está por trás de um dos filmes mais polêmicos dos últimos tempos: "Azul é a cor mais quente" (2013). O longa está na programação.
Em "Azul é a cor mais quente", ganhador da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2013, há repetidas e realistas cenas de sexo entre as atrizes Adèle Exarchopoulos e Léa Seydoux – uma das sequências dura ininterruptos seis minutos. O longa também gerou controvérsia depois que as duas, em declarações posteriores à premiação, criticaram o rigor de Kechiche.
Durante visita ao Brasil para o lançamento do filme, o diretor insistiu ao G1 que o longa é "uma história de amor" antes de ser "uma história de amor entre duas mulheres". Disse ainda que quis "banalizar o amor gay".
Já Adèle Exarchopoulos, que também participou da turnê, fez questão de dizer que havia superado as brigas, descrevendo Kechiche como "um gênio". "Abdellatif filma muitas e muitas tomadas da mesma cena, ama trabalhar quando você está exausta. Porque ele acha que este é o momento em que você não pode mentir", disse a atriz.
"Não usamos maquiagem, quisemos ficar longe de artifícios. É só você, sua pele e suas emoções. Tentamos ficar tão perto quanto conseguíssemos daquilo que uma paixão pode ser, com altos e baixos, sedução, manipulação, rompimentos, coisas pelas quais você se sacrifica e que sempre mudam você."
A mostra "Diretor: Abdellatif Kechiche" fica em cartaz no Centro Cultural São Paulo até este domingo (dia 1º). Ela é promovida em parceria com a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil.