O programa “Gugu” mal estreou, em 25 de fevereiro, e tudo o que pode dar errado ao vivo já aconteceu: falha sonora no playback de Wanessa, bicho atacando mulher no palco e matérias anunciadas que não vão ao ar no dia marcado. Sim, é ao vivo, mas isso não significa que não dá para prever e evitar certos constrangimentos com os participantes e o público, certo? Certo. Foi por isso que Vildomar Batista, diretor do programa, desceu ao palco para colocar a casa em ordem. Além de demitir um sonoplasta e evitar pegar em animais ao vivo, Gugu tomou outras atitudes.
Programa do Gugu
Gugu mais simpático
Na terça (10), antes do programa ir ao ar, Vildomar planejou no microfone cada momento do programa. Ele mesmo coordenou o ensaio enquanto Gugu terminava a maquiagem. “Ele não fez isso na terça-feira passada, quando deu o problema com Wanessa e o gato”, contou uma fonte ao iG. “A coitada da Wanessa queria que a gente cantasse uma música em inglês, mas ninguém sabia a letra. Aí, ficou feio para quem assistia, mas a gente não percebeu aqui”.
Segundo a pessoa ligada ao programa da Record, Gugu não havia ensaiado antes de entrar ao vivo. “Agora, ele aparece antes, cumprimenta a plateia, coisa que ele não fazia, ensaia as atrações e agradece a presença da plateia”, conta a fonte. Segunda a pessoa, Gugu agredece as mulheres que “fizeram chapinha, se arrumaram e enfretaram longas distâncias” para estar lá. Isso porque o apresentador nem vê que muitas, para se sentar na primeira fila e ter destaque na atração, calçam saltos enormes que machucam os pés entre outras loucuras.
Merchans gravados antecipadamente
Uma adolescente ouvida pelo iG, que costuma participar de caravanas de programas de TV de diversas emissoras, completa: “É verdade, até os merchans passaram a ser gravados antes, para evitar erros”, diz, sobre o anúncio de ovos de páscoa com Gianne Albertoni, que parece ser ao vivo, mas não é.
Cem reais e prêmios
A simpatia com a plateia não é a única mudança sentida no comportamento do apresentador por quem acompanha nos bastidores: há poucos dias, ele passou a oferecer prêmios e dinheiro. “Tem dia que ele dá cem reais para a plateia ou eletrodomésticos”, explica o animador Cris, responsável por receber as caravanas. E a mulherada se empolga muito nessa hora. É também nesse momento que Cris ensina todas a dançar a coreografia do “Pintinho Amarelinho”. “O Gugu adora ver todas vocês animadas, dançando e cantando. Quando ele sente que a plateia está assim, ele dá presentes. Não é sempre, mas acontece”. Uma coisa não mudou, pelo menos até agora: Gugu não atende aos pedidos de fotos com a plateia. Mais tranquilo com o assédio, o humorista Marcelo Ié Ié é o único que posa para as selfies quando as luzes se acendem. Sem fotos com o ídolo, elas avançam no imitador de Sérgio Mallandro, que ficou famoso no “Pânico na Band”. “Queria foto com o Gugu, mas vai com ele mesmo”, diz uma senhora de Jundiaí, interior paulista. “Pelo menos ele é simpático”, acrescenta outra.
Cantores dizem “não”
Os funcionários da GGP, produtora do apresentador onde o programa é feito, em Alphaville, na região da Grande São Paulo, também alertam sobre a dificuldade de levar artistas ao palco. “Os cantores costumam ter agenda à noite e programa ao vivo é difícil mesmo. Por isso, não quero que vocês venham apenas pelos artistas, quero que gostem de vir ao programa porque gostam do programa”, alerta Cris. Comenta-se também que, após o incidente com Wanessa, ficou mais complicado convencer os cantores que o episódio não irá se repetir. “Outro problema é que todos sabem que não há garantias de que a atração realmente participe do programa. Se a audiência está boa, Gugu segura a atração no ar”. Foi o caso de César Macedo, o intérprete de Seu Eugênio, da “Escolinha do Gugu”. A participação do ator de 80 anos, com problema de visão e recém-viúvo, emocionou dentro e fora do estúdio e derrubou a matéria sobre a intimidade de Gugu com os fihos, anunciada antecipadamente. A nova repórter Renata Alves também estava prevista para estrear, mas não foi dessa vez.
