O armazenamento inadequado da água é o responsável por 76,5% dos depósitos predominantes no Nordeste, de acordo com o levantamento do Ministério da Saúde (MS). Em Alagoas, esse hábito é a principal causa da situação epidêmica em que se encontra o município de Mata Grande, com 411 casos notificados, conforme Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Segundo detectaram técnicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesau durante monitoramento em Mata Grande, realizado na quinta (19), os reservatórios de água estão entre os principais problemas encontrados. “Não se pode aliar a falta de água com o seu armazenamento inadequado”, alertou Cristina Rocha, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau.
Para reverter esse quadro em Mata Grande, a Sesau realizou uma força-tarefa para avaliar e adotar medidas que contribuam efetivamente para a eliminação dos criadouros do Aedes aegypti. Foram realizadas reuniões com os profissionais de saúde dos municípios e acompanhamento da equipe da Sesau nas visitas dos agentes de endemias.
A superintendente da Sesau pontuou, ainda, que foram encontrados locais com larvas dentro das casas e que, em alguns pontos da cidade, chegou-se ao índice de 25% de infestação. “Diante dessa situação alarmante, uma das medidas adotadas é investir na compra de telas para cobrir os reservatórios de água”, informou.
Medidas – Para evitar a continuidade da epidemia, a diretora estadual de Vigilância Epidemiológica, Cleide Moreira, reforçou o papel da gestão pública e da população na adoção diária de cuidados. “É importante realizar acondicionamento do lixo, armazenamento de água e eliminação de recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito”, explicou.
Cleide Moreira informou também que, conforme Boletim Epidemiológico da Sesau, 100 casos já foram confirmados, sendo um deles de dengue grave. Ela disse que a incidência em Mata Grande registra 1.664 casos a cada 100 mil habitantes, o que coloca o município em situação epidêmica.