Justiça afasta coordenador da Lei Seca após abordagem a militar; veja o vídeo

ReproduçãoSargento Hamilton, no dia em que foi preso

Sargento Hamilton, no dia em que foi preso

O juiz José Cavalcanti Manso Neto determinou o afastamento e recolhimento do comandante da Operação Lei Seca, sargento Esmeraldino Bandeira Melo Junior, que se envolveu em uma polêmica após prender o também sargento José Hamilton Alves Bezerra. A prisão ocorreu na última semana, após Hamilton – que estava na companhia da filha de 14 anos – furar uma blitz da Lei Seca.

Sargento Hamilton, que já foi vítima de um atentado à bala, está afastado das atividades após denunciar o seu então comandante por desvio de combustíveis, desmonte de carros apreendidos, entre outras irregularidades no Batalhão de Guarda, onde era lotado.

Em entrevista à imprensa, após a prisão na blitz, o militar disse que sua prisão havia sido ‘irregular’ e uma retaliação às denúncias formuladas ao Ministério Público Estadual. Um vídeo da abordagem e prisão foi amplamente divulgado nas redes sociais.

No vídeo é possível ver quando o sargento Hamilton afirma que se identificou, apresentou porte de arma, além ter se submetido a exame de etilômetro. O militar foi preso e liberado na última sexta, dia 20. A guarnição, no entanto, afirmou que Hamilton avançou contra a blitz e desacatou a guarnição.

Com a decisão do magistrado, o sargento Bandeira, coordenador da Lei Seca, deverá ser recolhido ao Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Polícia Militar. O juiz entendeu que o militar cometeu abuso de autoridade e crime militar.

Depoimentos

De acordo com os autos, o sargento José Hamilton Alves Bezerra foi parado em uma blitz na avenida Cachoeira do Meirim, por volta das 16h30 do dia 18 de março. Ele estava acompanhado da filha de 14 anos e de um PM que fazia a guarda pessoal dele com autorização do Conselho Estadual de Segurança (Conseg).

Em depoimento, disse que não se opôs a parar na blitz e que fez o teste do bafômetro, tendo o resultado sido negativo. Quando voltava para o veículo, teria sido chamado de “palhaço” pelo sargento Esmeraldino, que comandava a operação. Houve discussão e o sargento acabou dando voz de prisão a José Hamilton, pelos crimes de desacato, desobediência e resistência mediante ameaça ou violência.

O sargento Esmeraldino Bandeira também foi ouvido e disse que os xingamentos e agressões partiram do colega. Afirmou que José Hamilton não quis fazer o teste do bafômetro e que teria avançado com o carro na direção dele.

      O policial que acompanhava José Hamilton foi ouvido como testemunha e disse que as ameaças e agressões partiram do sargento Esmeraldino.

Nota Detran/AL

Diante do fato ocorrido envolvendo o Sgt. PM Esmeraldino Bandeira de Melo Júnior – comandante de Guarnição na Operação Lei Seca – e o também Sgt. José Hamillton Alves Bezerra, que resultou em mandado de prisão da lavra do juiz José Cavalcanti Manso Neto, da 13ª Vara Criminal da Capital/Auditoria Militar, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/AL), através de seu Diretor-Presidente, Antônio Carlos Gouveia, vem a público manifestar total apoio às ações da Operação Lei Seca, que há cerca de três anos vem moralizando e deixando o trânsito em Alagoas mais seguro. Tais ações resultaram na redução do número de acidentes e, consequentemente, de vítimas no trânsito.

Nas ações, todos condutores são abordados e convidados aos procedimentos inerentes ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB), independentemente de nível social.

“Reforço o meu apoio à conduta e posicionamento dos servidores do Detran/AL e policiais do BPTran, e reafirmo o compromisso de manter as ações, que têm reduzido o número de vítimas em Alagoas. A Operação Lei Seca, seguramente, é um patrimônio das famílias alagoanas”, afirmou o Diretor-Presidente.

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