O São Paulo foi simplesmente atropelado pelo Palmeiras nesta quarta-feira. A derrota por 3 a 0 gerou revolta na diretoria e em conselheiros, e por isso o clube entra em seu momento mais conturbado na atual temporada. A promessa é de turbulência, ainda mais porque o técnico Muricy Ramalho começa a balançar no cargo cada vez mais.
Ao deixar o Allianz Parque, o vice Ataíde Guerreiro estava furioso. “Não tem cabimento”, esbravejou o cartola aos repórteres, pedindo para não dar entrevistas.
“Não tem cabimento o time jogar como jogou novamente. Estou muito irritado, não é hora de declaração. Vou ver o que vou fazer, mas vou cobrar comissão técnica, vou cobrar elenco, vou cobrar todo mundo”, continuou o dirigente.
O sentimento de Ataíde foi compartilhado por diversos membros do conselho e da diretoria tricolor. O presidente Carlos Miguel Aidar, por exemplo, deixou o estádio a 10 minutos do fim do duelo e, segundo relatos, também estava bem nervoso.
O celular não parou entre os conselheiros tricolores na noite desta quarta. Conforme foi dito à reportagem, opositores e situacionistas trocaram várias mensagens pelo aplicativo Whatsapp, algumas inclusive cobrando atitudes do presidente.
A insatisfação com Muricy Ramalho é evidente. E, nesta quarta, o clássico esboçou que o elenco também está contrariado com o treinador. Michel Bastos, Ganso e Pato entraram em rota de colisão com o treinador em momentos distintos da partida.
A Independente, principal organizada tricolor, é outra que promete tumultuar. Via Twitter, a torcida prometeu ir ao CT no sábado protestar. Prometeu acabar com os “laranjas podres” e pediu as saídas de Muricy e Ataíde e criticaram Aidar e Milton Cruz.
Em 2015, o São Paulo perdeu três e empatou um de quatro clássicos. Pior que isso: não fez gol em nenhum. Mas, na Libertadores, por enquanto está na zona de classificação. Só que uma derrota para o San Lorenzo na semana que vem, na Argentina, pode mudar tudo de figura.
Até antes do clássico, Aidar jurava a conselheiros que Muricy cairia só se o São Paulo não se classificasse na Libertadores. Agora, após a atuação péssima contra o Palmeiras, o presidente está sob pressão, assim como o técnico. Portanto, a quinta-feira deve ser longa no Morumbi.