‘Estamos felizes’, diz anã mãe de trigêmeas que completaram 1 ano

Meninas nasceram prematuras em Natal; uma ficou completamente cega.

Meninas completam um ano nesta quinta-feira (2) (Foto: Sandra Correia)

Meninas completam um ano nesta quinta-feira (2) (Foto: Sandra Correia)

Maria Helena, Maria Eduarda e Maria Heloíse. As três Marias completam um ano nesta quinta-feira (2). As trigêmeas são filhas de Maria Ducinéa, uma guerreira, anã, que levou adiante uma gravidez de risco e hoje comemora a vida das filhas. Uma das meninas teve retinopatia da prematuridade e ficou completamente cega. A família vive em uma casa construída por uma igreja: sala, quarto e cozinha, sem água encanada. “Apesar de todas as dificuldades, estamos felizes”, diz a mãe. O primeiro aniversário das meninas não vai ter festa porque a mãe não tem condições financeiras, mas, para ela, o mais importante é estar com as filhas em casa hoje.

As meninas nasceram em Natal, prematuras, no dia 2 de abril de 2014. Maria Helena tinha 1,090 kg; Maria Eduarda, 1,066 kg; e Maria Heloíse, 1,111 kg. Foi preciso um longo período na UTI para que as bebês fossem liberadas. Elas só saíram do hospital três meses após o nascimento. “Depois de tanto tempo no hospital, minha maior alegria hoje é ter elas em casa comigo”, disse Maria Ducinéa.

A volta para casa foi cheia de alegria, mas também de preocupação. Maria Dulcinéia não podia trabalhar porque não tinha com quem deixar as crianças. O pai das meninas, segundo ela, não auxiliou na criação das filhas. Sem alternativas para o sustento da família, ela aceitou o convite de uma irmã e se mudou para o Guarujá, município no litoral paulista.

Família se mudou para o Guarujá (Foto: Sandra Correia)
Família se mudou para o Guarujá, município do litoral
paulista (Foto: Sandra Correia)

Lá, ela e as meninas moram em uma casa construída por uma igreja da cidade. Um quarto, sala e cozinha para as quatro. A casa não tem água encanada e ela “pega emprestada” na vizinha. “Vivemos com dificuldades. Eu ainda não posso trabalhar porque tenho que cuidar das crianças. Estou tentando conseguir uma creche pra elas. Até aqui eu vou vivendo de doação, da ajuda das pessoas”, contou a mãe das meninas.

Cegueira
Uma das meninas, a Maria Helena, ficou completamente cega depois do nascimento. De acordo com Maria Ducinéa, ela teve retinopatia da prematuridade. A doença atinge principalmente os bebês prematuros ou com baixo peso ao nascimento. A retinopatia da prematuridade é o crescimento desorganizado dos vasos sangüíneos que suprem a retina do bebê. Esses vasos podem sangrar e, em casos mais sérios, a retina pode descolar e ocasionar a perda da visão da criança.

Maria Ducinéa tenta há meses para conseguir uma cirurgia que pode fazer com que a filha enxergue ao menos vultos. Nesta terça-feira (31) ela conseguiu agendar a cirurgia para o dia 28 de abril. “Isso já pode ajudar ela um pouco na vida, né?”, diz a mãe.

Dificuldades
Quando as três Marias nasceram, em abril de 2014, Maria Ducinéa disse, emocionada, que faria pelas meninas o que a mãe dela não fez por ela. À época, ela contou ao G1 que a mãe a entregou para outra família criar. “Agora eu quero fazer por elas o que minha mãe não fez por mim. Ela me deu pra outra família cuidar, mas eu vou cuidar das minhas meninas”, disse logo após o nascimento das filhas.

Com todas as dificuldades enfrentadas, Maria Ducinéa não esmoreceu em nenhum momento e diz que, apesar das “pedras no meio do caminho”, nunca vai abandonar as filhas. “Maria Helena é cega, Maria Heloíse também tem problemas de visão. A gente vive numa casa pequena, sem água encanada, mas nada, nada no mundo vai me fazer desistir das minhas filhas. Elas são o meu maior tesouro”.

Fonte: G1

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