O Palácio do Planalto confirmou há pouco a transferência de Pepe Vargas para a Secretaria de Direitos Humanos. O comunicado oficial ocorre horas após o próprio ministro ter declarado, em entrevista a jornalistas, que havia aceitado o convite de Dilma para o cargo.
De acordo com a Secretaria de Imprensa, a presidenta Dilma Rousseff “agradeceu o empenho, a lealdade e a competência da ministra Ideli Salvatti, que deixa o cargo”. A nota à imprensa não informa se Ideli irá ocupar outro cargo no governo.
Nessa terça-feira (7), a Secretaria de Relações Institucionais, pasta até então comandada por Pepe, passou a ter as atribuições comandadas pela Vice-Presidência da República.
Quando anunciou, nesta tarde, que havia aceitado o convite da presidenta para assumir a secretaria, Pepe Vargas disse que ela fez opção por entregar a articulação política ao PMDB. “É inegável que em algumas matérias houve um ruído forte entre as posições do PMDB e as posições do governo. Evidente que esse ruído desorganiza e desestabiliza o conjunto da base”, afirmou, em referência ao trabalho que deve ser desempenhado pelo articulador político do governo.
Mais cedo, o vice-presidente da República, Michel Temer, que vai agora acumular o comando da Secretaria de Relações Institucionais, disse que as arestas do PMDB com o PT não serão aparadas “exatamente” porque ele assumiu. “Acho que a tendência natural é exatamente essa. Nós estamos com três meses do governo. Houve muitas conversações, o diálogo continua muito sólido. O Executivo só pode governar se tiver o apoio do Congresso Nacional. E eles [lideranças] estão todos de acordo com isso”, disse Temer.
“Não é PT-PMDB que está em pauta. O que está em pauta é a base aliada, que tem de estar reunificada em torno dos projetos do governo e auxiliando os projetos do governo”, declarou. Na opinião de Temer, o governo é uma unidade e todos colaboram entre si. “Cada um terá suas tarefas. Eu, por exemplo, não interferirei nas questões administrativas.”
O novo articulador político concedeu entrevista a jornalistas após participar de uma reunião com os presidentes e líderes no Congresso de todos os partidos da base aliada. Ele voltou a confirmar que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, vai ocupar um cargo do governo “seguramente”. Sobre o segundo escalão, Temer disse que vai examinar com calma e conversar com todos para resolver as indicações.