Três dias depois de afirmar ao ESPN.com.br que analisaria o caso, a Fifa deu sua resposta sobre o patrocínio da Crefisa e da Faculdade das Américas (FAM) para a arbitragem da Federação Paulista de Futebol (FPF) na fase final do campeonato estadual: aconselhou que o acordo fosse desfeito.
As duas empresas patrocinam o Palmeiras, um dos clubes ainda envolvidos na competição, o que iria contra a própria regulamentação da entidade máxima do futebol.
“Veio uma recomendação da Fifa para não usarmos mais esse tipo de patrocínio. Como não queremos criar caso com ninguém, vamos acatar”, disse ao ESPN.com.br o coronel Marcos Marinho, chefe de arbitragem e segurança da FPF.
“(Recomendação) Veio pela CBF. Não achamos que fizemos nada de errado e continuamos achando que não havia nenhum conflito. Mas não queremos criar caso. A recomendação foi da comissão de arbitragem da Fifa”, continuou.
De acordo com o Regulamento de Organização de Arbitragem da entidade máxima do futebol, é permitido a exibição de marcas nas camisas dos juízes. No entanto, apenas se não houver conflito de interesses. “Anúncios de patrocinadores nas camisas de árbitros serão permitidos somente se não criarem conflitos de interesses com nenhum dos times participantes. Caso isso aconteça, o árbitro não deve utilizar nenhum anúncio na camisa”, diz trecho do artigo 15 do regulamento.
Além disso, a entidade máxima só permite que patrocinadores sejam expostos nas mangas das camisas dos juízes. No caso, a marca da Crefisa seria colocada na frente o uniforme, o que também não entra em acordo com o artigo 15.
“A publicidade é permitida somente nas mangas das camisetas […]. A parte dianteira da camisa é reservada apenas para escudos oficiais e emblema da associação membra, e não deve ter nenhum tipo de publicidade. É proibido também colocar publicidade na parte dorsal da camisa”, escreve a organização.
Além disso, a Fifa veta marcas de cigarros, bebidas alcóolicas e cassinos nos uniformes dos árbitros, assim como slogans políticos ou religiosos.