Eurico Miranda voltou à presidência do Vasco com o slogan de “O respeito voltou”. Mas, como sempre, exigia a vitória sobre o Flamengo. Concedeu entrevistas confirmando que o clássico era “um campeonato à parte”. Nos dois primeiros jogos do ano, o Vasco perdeu. Mas no decisivo, na semifinal deste domingo no Campeonato Carioca, os vascaínos despacharam os rivais, com a vitória de 1 a 0. E Eurico não economizou. Nem mesmo quis esconder a alegria. Saboreou travessamente seu momento de glória e fez questão de capitalizar ainda mais para reforçar o slogan.
Ainda no camarote no qual assistiu ao jogo deu diversas entrevistas. Para ele, a decisão diante do Botafogo era mereceria o mínimo de atenção apenas depois. O campeonato, segundo Eurico, estava ganho ao eliminar o Flamengo. “O respeito voltou”, repetia. No vestiário, o cartola mostrou a presença característica. Sorridente, quem o acompanhou de perto o classificou como um “garoto de 15 anos”. Exultante, ele chegou em meio aos jogadores e puxou o tradicional grito de “Casaca!”. Foi prontamente acompanhado. O vídeo chegou a ser divulgado mais tarde.
A constante presença de Eurico é apontada como uma das principais diferenças para o antecessor, Roberto Dinamite. Embora mais temperamental, afeito a broncas em funcionários de todo gênero, o dirigente é influente no dia a dia. E deixa claro que é o responsável pelas decisões no clube.
Na chegada do técnico Doriva, em janeiro, o dirigente pediu a palavra, exigiu um Vasco ofensivo e, também, o avisou da necessidade da vitória sobre o rival, um marketing pessoal para angariar a simpatia de mais vascaínos. Depois de duas frustrações, Doriva até se empolgou ao ser perguntado sobre a importância da vitória sobre o maior rival.
“O presidente é incrível, uma pessoa que a gente tem aprendido a admirar. A ideia dele é sempre nos proteger. A gente fica feliz de poder presentar ele com essa vitória. A gente sabe da importância, do peso. Que ele desfrute bastante”, afirmou Doriva.
Neste Estadual, o mandatário bateu de frente, ao lado da Ferj, com a dupla Fla-Flu, agora eliminada da competição. Impôs ingressos mais baixos, causou tumulto político. Tudo sob o chapéu de que o respeito voltaria. Na saída do Maracanã, Eurico mostrou os velhos traços do cartola polêmico que sempre foi. Acompanhado de seguranças e pessoas do clube, ele buscou uma câmera e apontou o dedo e disse que seria breve.
“O respeito voltou. Ponto. Contra tudo e contra todos. O respeito voltou”, disparou o dirigente.
Caminhando sem sobressaltos, ele se afastou, rodeado de seguranças. Parou para falar com torcedores brevemente. Ao entrar no carro, sorriu. Um misto do garoto de 15 anos do vestiário e do velho e polêmico cartola. Experiente, Eurico aproveitou o momento para capitalizar os louros da vitória.
