“Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”. Foi inspirado na letra desse conhecido samba que o Cruzeiro garantiu a classificação às oitavas de final da Copa Libertadores na noite desta terça-feira. Após a eliminação na semifinal do Campeonato Mineiro para o rival Atlético, a Raposa mostrou poder de reação e, com a vitória sobre o Universitário Sucre-COL, por 2 a 0, no Mineirão, carimbou a vaga na última rodada do Grupo 3.
Dependendo apenas de suas próprias forças para se classificar, o Cruzeiro não deu chances ao adversário e terminou a fase classificatória na primeira colocação da chave, com 11 pontos. Apesar da derrota, o Universitário Sucre também está nas oitavas de final da Libertadores, pois foi beneficiado pela derrota surpreendente do Huracán-ARG diante do Mineros-VEN. Os colombianos ficaram na vice-liderança, com nove pontos, dois a mais que os argentinos.
A classificação e o bom futebol apresentado na noite desta terça-feira serviram também para afastar a crise que ameaçava rondar a Toca da Raposa. Após a eliminação diante do Galo, torcedores do Cruzeiro protestaram contra o atual momento do time. O presidente Gilvan de Pinho Tavares chegou a ter seu carro cercado na saída do Mineirão. As saídas de jogadores como Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, além da falta de reforços do mesmo nível, foram as principais críticas dos mais exaltados. Sobrou até para o técnico Marcelo Oliveira.
RAPOSA DOMINA ETAPA INICIAL
Apesar de ter protestado nos últimos dias depois da eliminação na semifinal do Campeonato Mineiro, pedindo, inclusive, a saída de Marcelo Oliveira, a torcida que compareceu no Mineirão apoiou o Cruzeiro desde o primeiro minuto. Aos cinco, De Arrascaeta fez boa jogada e tentou o toque para Willian, mas Jorge Flores se antecipou e aliviou o perigo pela linha de fundo. Jogando pelo empate, o Universário Sucre priorizava a marcação no começo do jogo, com praticamente todos os jogadores para trás do meio-campo.
A melhor oportunidade da Raposa aconteceu aos 17 minutos. Após cruzamento de Marquinhos, a zaga do Universitário Sucre não cortou e Willian chegou um segundo atrasado, não conseguindo completar de carrinho para o gol aberto. De Arrascaeta invadiu a área depois de grande jogada individual e cruzou na cabeça de Henrique Dourado, mas Filippetto apareceu em cima da linha e aliviou o perigo. O Cruzeiro seguia muito superior ao time boliviano e criando boas chances. Willian, mais uma vez, chegou atrasado e não completou cruzamento.
A primeira finalização do Universitário Sucre veio apenas aos 36 minutos, quando De la Cuesta cobrou falta por cima da barreira e a bola passou raspando o travessão de Fábio. No minuto seguinte, porém, veio o alívio para os cruzeirenses. Mayke cruzou e Willian apareceu livre na segunda trave. O atacante teve tempo de dominar e bater cruzado, no cantinho de Raúl Olivares. No último lance do primeiro tempo, Henrique Dourado dividiu com o goleiro adversário e por muito pouco a bola não sobrou para Marquinhos.
FECHOU O CAIXÃO
Precisando do resultado positivo para terminar na liderança do Grupo 3, o Universitário Sucre voltou do intervalo com uma postura ligeiramente mais ofensiva, mas era o Cruzeiro quem continuava ditando o ritmo do jogo. Aos oito, Willian cobrou escanteio na segunda trave e Henrique Dourado não conseguiu completar de cabeça porque Raúl Olivares deu um soco na bola. O segundo gol cruzeirense viria logo depois, aos 11.
Marquinhos cobrou escanteio e o zagueiro Léo subiu mais que todo mundo, completando de cabeça. Em vantagem no placar, o Cruzeiro tirou o pé do acelerador e apenas tocava a bola em seu campo de defesa. Já o Universitário Sucre também parecia satisfeito com o resultado. Isso porque, a derrota do Huracán para o Mineros classificava os dois times às oitavas de final.
Principal válvula de escape da Raposa, o lateral-direito Mayke seguia criando boas chances para os companheiros. Após cruzamento do camisa 2, De Arrascaeta tentou pegar de primeira e mandou ao lado da trave. Aos 37 minutos, Gabriel Xavier escapou da marcação de dois adversários e soltou a bomba. Com as pontas dos dedos, Raúl Olivares espalmou para escanteio.
FICHA TÉCNICA
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Mayke, Léo, Manoel e Eugenio Mena;
Willians, Henrique (Eurico), De Arrascaeta e Marquinhos;
Willian (Gabriel Xavier) e Henrique Dourado (Joel).
Ramiro Ballivián (Baldivieso), Ignácio González, Ezequiel Filippetto e Jorge Flores;
Rolando Ribera, Federico Silvestre, Cuéllar e Ruben De La Cuesta Vera;
Leonardo Castro (Bejarano) e Miguel Suarez (Saucedo).