Onze anos após sua participação no Big Brother Brasil , Juliana Leite voltou à mídia na última semana, mas não como gostaria. A ex-participante é testemunha no escândalo de corrupção envolvendo o senador americano Robert Menendez, do estado de Nova Jersey, no qual ele é acusado de facilitar a emissão de vistos americanos para ela e outras três mulheres. Após ser procurada pelo FBI, polícia americana, Juliana, que hoje é advogada e corretora de imóveis em Miami , Flórida, recebeu a equipe do Fantástico , da Globo, para esclarecer seu lado da história.
De acordo com o processo, Robert Menendez usou sua posição para acelerar o processo de visto a pedido de Salomon Melgen, médico, financiador da sua campanha política e com quem Juliana teve um relacionamento amoroso antes e depois do BBB . O médico atualmente está preso acusado de fraude ao sistema público de saúde americano. “Pelo o que entendo, ele é muito amigo desse senador. É uma amizade que tem mais de vinte anos. Ele deve ter pedido para que saísse um pouco mais rápido”, disse ela, que deu entrada no visto de estudante para fazer uma especialização à convite do médico e custeada pelo mesmo. Pagamento este que também está sendo questionado.
Mesmo com condições financeiras, uma vez que ganhou R$ 500 mil, um carro e fez inúmeros trabalhos publicitários após deixar o reality show, Juliana teve seus estudos pagos com o dinheiro da ONG do médico, entidade que ajuda quem não tem condição. “Isso é o que já está sendo discutido no processo que ele é acusado agora. Mas até então, se ele estava me propondo trabalhar para ele, e me ofereceu para custear metade dos meus estudos, eu achei, ‘tudo bem’. Eu aceitei e fui estudar”, se defende.
Sobre o relacionamento amoroso, Juliana é categórica: “tivemos um breve relacionamento quando eu voltei, em 2007, 2008. Mas eventualmente fiquei sabendo que ele era casado. E eu terminei e falei que o nosso relacionamento, a partir de agora, tem que ser uma coisa profissional. E ficou uma amizade.”
Procurada pelo FBI, ela desmente que o motivo seria a acusação de ser garota de programa. “Eles estavam com algum receio de que eu tivesse, de alguma forma, escondendo o dinheiro dele. Eu fui a Hong Kong visitar um cliente. ‘Ah, você foi a Hong Kong, você está levando…’ Como se estivesse levando de alguma forma, escondendo dinheiro para ele.”
Para encerrar, Juliana se diz tranquila e inocente de qualquer acusação. “O meu nome está livre. No momento, está livre. Fui envolvida em uma coisa sem nem saber. Por isso que resolvi falar com o ‘Fantástico’ para clarificar isso. E realmente não preciso me preocupar. Ele é que tem que estar se preocupando, porque ele tá preso, coitado.”
Passado policial
Esta não é a primeira vez que Juliana estampa as páginas policiais. Em 1996, ela foi detida, aos 15 anos, com 50 gramas de heroína, a primeira apreensão noticiada no Brasil. Após prestar depoimento, a jovem foi liberada.
Abuso sexual
Outra polêmica que a advogada se envolveu anos atrás foi em um estupro. A filha do ex-senador Maurício Leite contou durante o BBB que, aos 13 anos, sofrera um estupro em Brasília. A integrante explicou, com naturalidade, que foi violentada por dois rapazes de 21 anos que se diziam seus amigos.