O deputado pastor Joao Luiz usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Alagoas, nesta terça-feira, 12, para repercutir o fechamento da Clínica de Repouso José Lopes, anunciado pela direção do hospital. O deputado disse que foi procurado pela mãe de um paciente, que receberá alta e está desesperada porque o filho não tem condições de ir pra casa. Ele apresenta comportamento agressivo e obsessivo.
O deputado disse que o Estado tem responsabilidade pelos pacientes e, antes da sessão procurou os hospitais para buscar informações. Segundo o parlamentar, 127 pacientes do José Lopes receberão alta nos próximos dias. Destes, 97 não tem qualquer noção de vida e 30 não possui família.
Outro problema grave é que diversos hospitais psiquiátricos estão reduzindo o atendimento. “O hospital Ulisses Pernambucano reduziu internação de 160 para 120 e o Miguel Couto está com internação suspensa”, destaca João Luiz.
Em aparte, o deputado Ronaldo Medeiros (PT), líder do Governo na Casa, disse que o assunto é delicado e que falou com a Secretária de Estado da Saúde. Ela teria explicado que existe uma orientação da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde para que não existam mais hospitais psiquiátricos nos moldes que existem aqui em Alagoas. “Estão reduzindo os recursos para que os pacientes não fiquem por muito tempo internados”, explicou.
O pastor Joãoo Luiz concordou que o Ministério da Saúde incentive que o paciente seja tratado com a família em casa, mas destaca que, em alguns casos, é necessária a internação e deve ser de responsabilidade do Estado. “Peço apoio desta Casa e do Ministério Público para garantir uma vida com dignidade às pessoas que perderam o juízo”, indagou.
Também em aparte, o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) também atribuiu a responsabilidade ao Estado e defendeu as famílias que passam pela situação. “Não podemos transformar os familiares em enfermeiros. Já sei de casos em que os pacientes não receberam alta, mas os familiares precisaram assinar um termo de responsabilidade pelos filhos e eles não são obrigados a isso”.
O presidente da Casa, deputado Luiz Dantas disse que o deputado tem seu apoio e que uma causa dessas não pode ser tratada com frieza. “Envolve vidas e não pode ser tratado assim”, finalizou.