Quase um quarto da população brasileira sofre de hipertensão, um dos principais problemas de saúde pública no país. Os dados fazem parte da pesquisa Vigitel 2014 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que coletou informações nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
De acordo com o levantamento, o total de pessoas com pressão alta é de 24,8%, número que teve um ligeiro aumento em relação à pesquisa de 2013, quando o índice era de 24,1%.
Segundo o Ministério da Saúde, pasta que divulgou as informações, a quantidade de hipertensos no país tem se mantido estável ao longo dos anos. Entre 2006 e 2014, o total de pessoas com a doença variou entre 23% e 25%, de acordo com a Vigitel.
As mulheres são mais hipertensas que os homens, segundo apontou a pesquisa. Entre elas, 27% informaram ter diagnóstico de hipertensão arterial. Já entre eles, 23% possuem a doença. Entre as capitais, Palmas (TO) é a que possui a menor taxa de hipertensos (15,2%). Na contramão, Porto Alegre (RS) tem a maior (29,2%).
Para prevenir o problema, a principal forma é reduzir a quantidade de sódio da alimentação, substância que aumenta e mantém a pressão em níveis mais altos.
No entanto, os brasileiros consomem muito mais sódio do que o recomendado – a ingestão no país é de 12 gramas por dia, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), de 2008. O limite máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde, a OMS, é de 2 gramas de sódio (o equivalente a 5 gramas de sal).
Faixa etária
Entre os grupos de idade pesquisados, brasileiros com faixa etária acima de 65 anos são os que mais sofrem com a doença (59,9%). O problema aumenta consideravelmente com o aumento da idade. Entre as pessoas com faixa etária de 18 a 24 anos, apenas 4,6% disseram ter hipertensão.
Plano de redução de sódio
Segundo o Ministério da Saúde, entre 2011 e 2014 as indústrias de alimentação retiraram 7.652 toneladas de sódio dos produtos alimentícios graças ao Plano Nacional de Redução de Sódio, que conseguiu reduzir em até 10% o teor da substância em 839 produtos.
De acordo com a pasta, na primeira etapa do plano, em 2011, houve diminuição em produtos como macarrão instantâneo, pão de forma e bisnaguinha. Com isso, 1.859 toneladas de sódio saíram do mercado.
Na segunda fase, bolos, batata-palha, salgadinhos de milho, maioneses e biscoitos tiveram sua receita alterada e “perderam” 5.793 toneladas de suas fórmulas desde 2013, quando o acordo foi firmado para essas categorias.
A meta do governo é que até 2020 as indústrias do setor promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal do mercado brasileiro.