Uma menor de 12 anos é suspeita de causar pânico entre os moradores de Guaratiba, na zona oeste do Rio. Segundo testemunhas, a jovem invade casas, comércios e até uma escola da região para praticar roubos e ameaçar as vítimas com uma faca. Vizinhos dizem que a menina é usuária de drogas desde sete anos. Os moradores afirmam que já procuraram a polícia, mas a corporação alega que nada pode ser feito por se tratar de uma adolescente.
A cabeleireira Joana Martins disse que foi uma das vítimas da garota. Joana encontrou o salão revirado quando chegava para trabalhar.
— Eu cheguei aqui e meu salão estava com a porta aberta e todo destruído. Ela usou o salão, arrumou o cabelo, levou R$ 100 do caixa e R$380 em lingerie.
Segundo os vizinhos, a jovem mora em uma rua próxima aos locais em que ela costuma praticar roubos. Ainda de acordo com testemunhas, a mãe da adolescente sabe das atitudes da filha, mas não toma providências.
Rosane Ramos, que também trabalha em um salão de beleza, foi outra vítima da ação da menor.
— Ela invadiu a minha casa, por volta da meia-noite, para furtar. Eu estava dormindo na sala e coloquei o telefone para carregar. Ela entrou pela janela, que estava aberta, e aí quando eu acordei, às 3h da manhã, procurei meu telefone e não achei.
No crime, a adolescente deixou um rastro: uma faca abandonada na sala. Rosane percebeu que o objeto não pertencia à casa e analisou as imagens das câmeras de segurança. A vítima constatou que a menor de idade invadiu a residência durante a madrugada. Indignada, a cabeleireira foi até a casa da menina e disse, para a mãe da adolescente, que queria o telefone de volta. Depois de recuperar o aparelho, Rosane afirmou que passou a ser ameaçada.
Nem mesmo uma escola de educação infantil escapou das ameaças da menina. Uma das professoras do colégio Diva Senra contou que a garota invadiu o colégio e deixou um bilhete dizendo que a próxima vítima seria a docente. A menor, que já estudou na escola, afirmou que iria atear fogo na instituição.
— Ela falou que é excluída da sociedade. O comportamento dela não era esse. Ela era educada, participava das festinhas. Depois que ela cresceu, mudou totalmente.
Com medo, funcionários e alunos abandonaram a escola, que está sem aulas por tempo indeterminado.
A mãe da jovem, identificada apenas como Fátima, não foi localizada para comentar o caso. O Comandante do Batalhão de Santa Cruz (27º BPM) desconhece o caso e a Polícia Civil disse que já ouviu a menina e espera reunir provas para comprovar a autoria dos crimes praticados no bairro.