Após a conclusão dos exames enviados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) ao Instituto Evandro Chagas, no Pará, foram confirmados três casos do Zika Vírus em Alagoas. Os pacientes foram atendidos no início deste ano, no município de Mata Grande, que faz fronteira com municípios da Bahia, onde já foram notificados quase 10 casos da doença.
O Zika Vírus é do gênero Flavivírus, proveniente da Uganda, na África, e está presente também na Ásia, Oceania e América do Sul, sendo transmitido pelo Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a febre do chikungunya. As primeiras notificações da doença ocorreram em 2014, no Rio Grande do Norte e, este ano, também já foram registrados casos no Maranhão, Paraíba, Bahia, São Paulo e no Pará.
Apesar de ser nova para os brasileiros, os cuidados com a prevenção devem ser os mesmos adotados para a dengue, segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Cleide Moreira. Isso porque, segundos estudos internacionais, apenas 18% dos casos de Zika Vírus apresentam sinais ou sintomas e, quando surgem, desaparecem entre o terceiro e sétimo dia após o início.
“A Zika é conhecida por apresentar evolução benigna e autolimitada, o que, potencialmente, a difere da dengue, que é mais agressiva. Ela é caracterizada por febre baixa, olhos vermelhos sem secreção e coceira, dores musculares, dor de cabeça e nas costas”, informou Cleide Moreira.
Tratamento – Com relação ao tratamento, segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, é recomendado tomar paracetamol nos casos de febre e dor, conforme orientação médica. Não é indicado tomar ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias, devido ao risco de desencadear complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue. “É indicado procurar uma unidade de saúde, caso os sintomas se enquadrem no quadro clínico para a doença”, alerta.
No caso de Alagoas, desde janeiro deste ano a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) vem realizando visitas técnicas aos municípios. Nas ações, os técnicos municipais são orientandos e os supervisores estaduais têm atuado junto aos agentes de endemias dos municípios para combater o Aedes aegypti.
“As medidas de prevenção e controle são semelhantes às aplicadas em relação à dengue, por isso, os gestores e a população devem redobrar a atenção no combate ao vetor. Desse modo, é importante eliminar os criadouros, com proteção adequada dos depósitos de água utilizados domesticamente”, recomendou Cleide Moreira.