A auditoria na folha dos servidores da Assembleia Legislativa do Estado, que está sendo realizada pela Fundação Getúlio Vargas, foi tema de um longo pronunciamento feito pelo deputado estadual Pastor João Luiz, na sessão desta quinta-feira (11).
O deputado ressaltou não ser contra a auditoria, mas questionou a Mesa Diretora da Casa se, após os resultados, a presidência será firme na adoção das medidas necessárias para a correção das possíveis ilegalidades encontradas. “A Mesa vai ter força para demitir todos os funcionários que terão que ser demitidos? Quando a gente vai mexer na folha, a gente vê que não são os pequenos que estão. São os grandes, de famílias grandes. Vai ter gente atentando contra a Mesa”, questionou Pastor João Luiz.
Durante seu pronunciamento, o deputado relatou alguns casos de distorções da folha de servidores. Segundo ele, mais de quarenta ex-deputados estariam ganhando R$ 22 mil por mês de salário, na Assembleia. Outra situação relatada pelo deputado foi a de uma mulher que residia no Rio de Janeiro, mas era funcionária da ALE e teria vindo até Maceió para fazer o recadastramento.
Ainda em relação às atitudes que a Mesa Diretora terá que tomar ao final da auditoria, Pastor João Luiz lembrou o que sofreu enquanto presidente da Câmara Municipal, quando foi realizada uma auditoria na folha daquela Casa. “Fui ameaçado várias vezes, meu telefone tocava dia e noite. Diziam que sabiam onde eu morava, onde meus filhos estudavam. Tentaram assassinar minha esposa”, relatou.
Em resposta aos questionamentos, o deputado Isnaldo Bulhões, primeiro secretário da Mesa Diretora, disse que os pronunciamentos dos deputados reforça a importância da realização da auditoria na folha de pagamento da ALE. “Pastor João Luiz contou casos de alguns funcionários da ALE, levantou a estranheza de ter encontrado uma funcionária vindo do Rio de Janeiro, entre outros. Isso só comprova a necessidade, acima de tudo, de acontecer uma auditoria e revisão na folha dos funcionários da ALE. Solicito ao Pastor João Luiz que formalize todos os registros, citando nomes, para que mesa possa antecipar qualquer ato e tome a atitude correta, caso seja necessário, após o trabalho da FGV”, pediu Isnaldo Bulhões.
O deputado ressaltou ainda que a auditoria não terá intervenção de nenhum funcionário da Assembleia e que a Mesa e os deputados terão acesso, apenas, aos relatórios.