Poucos ficaram tão revoltados com a eliminação da Seleção Brasileira da Copa América quanto o narrador Galvão Bueno. No programa Bem, Amigos! desta segunda-feira, o jornalista da Rede Globo não poupou críticas à equipe comandada por Dunga, mandada para casa mais cedo após mais uma derrota nos pênaltis para o Paraguai.
As cutucadas ao time organizado pela CBF partiram do discurso de abertura da mesa-redonda. “Diz que raio não cai duas vezes no mesmo lugar? Às vezes cai. E quando cai faz um estrago. Foram quatro anos separando as duas eliminações do Brasil em Copa América nas quartas de final, mas eu diria que essa foi a pior, a mais medíocre participação dofutebol brasileiro em todas a história da Copa América e olha que eu estou desde 1983. São 32 anos de Copa América. Jamais vi uma tão medíocre, que fere a história que pessoas como Ronaldo e Roberto Carlos construíram através dos anos”, declarou Galvão, introduzindo os convidados pentacampeões do programa.
O apresentador utilizou a transmissão para exibir um novo livro sobre Bellini, capitão do primeiro título de Copa do Mundo da história do Brasil e criador do gesto de erguer a taça em 29 de junho de 1958, data que fazia aniversário de 57 anos na segunda-feira. A lembrança provocou mais uma série de críticas de Galvão.
“Há 57 anos se começava a contar essa história de grandes momentos, alegrias, partidas inesquecíveis. Quando digo que foi a participação mais medíocre de todas as Copas América fizemos quatro jogos com duas vitórias, uma derrota e um empate seguido da derrota nos pênaltis. Não jogamos com o Uruguai, não jogamos com a Argentina, não jogamos com o Chile, dono da casa”, destacou o narrador, que não parou por aí.
“Vitória sobre o Peru de virada com gol aos 47min do segundo tempo. Uma vitória sobre a Venezuela por 2 a 1 terminando no sufoco, com o time acuado, sufocado dentro da área para evitar o empate. Uma derrota para a Colômbia onde se olhava os jogadores e se via, a partir dos 30min do segundo tempo, todo mundo olhando para baixo. Não tinha um Roberto ( Carlos ), um Ronaldo para gritar, alguém que gritasse ‘bora, vamos atrás desse lance’. Era um time caído, abatido, com a mesma expressão de abatimento do 7 a 1 (para Alemanha na semifinal da Copa do Mundo) e depois do 3 a 0 (para Holanda, na decisão do terceiro lugar). É muito triste”, lamentou.
As observações iniciais foram concluídas com o destaque para a atenção que a população presta à Seleção Brasileira, pois apesar dos resultados pífios, as partidas da Copa América tiveram boa audiência.
“Os números de audiência comprovam e provam que o torcedor não abandonou a Seleção. Foi uma audiência espetacular contra o Paraguai. Só que o torcedor não quer ver a Seleção jogando assim. Não quer ver a Seleção dirigida dessa forma. Não quer ouvir um monte de história sem pé nem cabeça. É preciso pensar muito bem nisso. Está na hora de varrer muita coisa no futebol brasileiro”, concluiu Galvão, que dirigiu um programa com um clima evidente de baixo-astral, com cutucadas principalmente aos jogadores e comissão técnica envolvidos na eliminação.