Brasil vence todos os jogos do dia e coloca quatro duplas femininas nas oitavas

Juliana e Maria Elisa (CE/PE) enfrentam suas ex-parceiras Larissa e Talita (PA/AL); país já supera desempenho de 2013

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O Brasil segue com força máxima em busca de medalhas no Campeonato Mundial de vôlei de praia, na Holanda. As quatro duplas que representam o país no torneio – Ágatha/Bárbara Seixas (PR/RJ), Fernanda Berti/Taiana (RJ/CE), Juliana e Maria Elisa (CE/PE) e Larissa e Talita (PA/AL) – venceram seus jogos pela primeira fase eliminatória (Round 1) e se classificaram às oitavas de final da competição mais importante do calendário 2015. 

As partidas continuam nesta quinta-feira (02.07), com os duelos das oitavas e quartas de final. Um deles será um emocionante confronto verde e amarelo. Campeãs em 2011, Juliana e Larissa estarão agora em lados opostos. Elas se enfrentam com suas atuais parceiras às 10h (de Brasília), na arena central de Amsterdã. Será o décimo primeiro duelo entre os times, com nove vitórias de Larissa/Talita (PA/AL).

Os outros confrontos das oitavas de final das duplas brasileiras terão Ágatha/Bárbara Seixas (PR/RJ) contra Melissa Humana-Paredes e Taylor Pischke, do Canadá. O jogo acontece às 9h, em Apeldoorn. Em Haia, Fernanda Berti e Taiana (RJ/CE) enfrentam as espanholas Elsa Baquerizo e Liliana Fernandez, às 7h30. Em três confrontos entre os times, as espanholas levam vantagem com duas vitórias.

O resultado já é mais expressivo que a última participação das seleções de praia no Campeonato Mundial de 2013. Naquela edição, apenas uma dupla avançou às oitavas de final do torneio feminino. Lili e Bárbara Seixas (ES/RJ), que posteriormente ficariam com o bronze.

Nesta quarta, porém, o Brasil largou com o pé direito. Taiana e Fernanda Berti foram as primeiras a entrar em quadra pela fase eliminatória do Campeonato Mundial. E a dupla dominou as venezuelanas Norisbeth Agudo e Olaya Pazo, na cidade-sede de Haia. No início da partida Fernanda Berti colocou a parceria em vantagem, com grandes ataques.

Pela primeira vez uma dupla do país sul-americano participava da competição, e Agudo fez as brasileiras se movimentarem intensamente em quadra. Após o tempo técnico, onde o placar indicava 12/9 para o time brasileiro, a empolgação deu lugar aos erros não forçados. Com isso, Taiana e Fernanda Berti abriu larga vantagem, fechando o set em 21/12.

Na segunda etapa a parceria seguiu com o controle absoluto do jogo, com Taiana segura na defesa e Fê Berti dominando a rede. Sem grandes dificuldades, as brasileiras fecharam o set em 21/14 e o jogo em 2 sets a 0.

“A gente vem trabalhando a parte psicológica antes mesmo do campeonato, sempre conversamos muito com toda a equipe. Estamos mais que preparadas para qualquer situação que a gente precise encarar. Esse é o momento de colocar em prática todo o esforço e treinamentos, estamos nos sentindo muito bem”, disse Taiana após o jogo.

Sob forte calor em Apeldoorn, Ágatha e Bárbara Seixas (PR/RJ) encararam Jamie Broder e Kristina Valjas, do Canadá, que se classificaram em terceiro lugar na fase de grupos. Mesmo assim, deram trabalho ao time do Brasil. Buscando o jogo sobre a paranaense, o Canadá abriu 5/1 logo nos minutos iniciais.

As brasileiras passaram a explorar as diagonais e diminuíram para dois pontos, com 9/7. Forçando o jogo na rede, o time adversário voltou a se distanciar no placar, com 15/10. Cada tentativa de Ágatha na rede era frustrada por Valjas, e o time rival encaminhou o primeiro set, fechado em 21/14, após corte no corredor de Broder.

Precisando reverter a desvantagem do set anterior, Ágatha e Bárbara Seixas adotaram uma postura mais agressiva na segunda etapa e abriram 8/4, com a carioca aparecendo muito bem no ataque. Os time alternaram bons momentos, mas o Brasil se manteve na frente, abrindo 17/11 com Ágatha explorando o bloqueio. Em largada consciente da camisa dois, a parceria fechou o segundo set em 21/16, forçando o set desempate.

O tie-break foi todo verde e amarelo. Forçando o saque e impondo o ritmo do jogo, a dupla abriu 4/0 e obrigou o Canadá utilizar o tempo técnico. Com o jogo encaixado, Ágatha e Bárbara Seixas selaram a vitória, de virada, em 15/7.

“Apesar de o time do Canadá ter se classificado somente como terceiro lugar, essa foi nossa a quarta vez que as enfrentamos, e a partir do momento que você enfrenta muitas vezes a mesma equipe, as duplas passam a se conhecer muito bem. Foi um jogo difícil, começamos muito devagar, nossa tática não funcionou. Já no segundo e terceiro set tivemos paciência e executamos o que deveríamos ter feito desde o início da partida”, analisou Ágatha.

“O Canadá nos persegue (risos). A gente sempre cruza com duplas canadenses em diferentes etapas. Humana-Paredes e Pischke formam um time novo, que começou a rodar o Circuito Mundial ano passado, mas já está dando trabalho para muita gente. Não existe jogo fácil aqui, também já fizemos jogos duríssimos contra elas, então vai ser muito mais uma questão de atitude, de imprimirmos nosso ritmo na partida”, projetou Bárbara Seixas.

Com dois times já classificados às oitavas de final do Campeonato Mundial, restavam às duplas sediadas em Amsterdã entrar em quadra e confirmar a classificação para a próxima fase.

Juliana e Maria Elisa (CE/PE) fizeram um jogo muito movimentado contra as suíças Tanja Goricanec e Tanja Huberli – e largaram em desvantagem. As brasileiras reagiram, igualando o placar em 7/7, mas a Suíça anotou quatro pontos consecutivos e seguiu em vantagem. A diferença aumentou para cinco pontos, com 15/10, após saque na medida de Tanja Huberli.

As atuais campeãs do Circuito Mundial novamente buscaram o jogo, chegando a ficar apenas um ponto atrás no placar após grande bloqueio de Juliana. Mas, no fim na etapa inicial, as suíças conseguiram converteram o set point, alcançando 21/18.

A derrota no set anterior não estava nos planos de Juliana e Maria Elisa, que partiram em busca da virada. A santista soltou o braço para marcar um ace e deixar a dupla em vantagem, com 5/3. Vibrante, Juliana entrou de cabeça na partida, vencendo duelos na rede e levantando a torcida que lotou a arena central da capital holandesa.

As atletas mantiveram a vantagem até que Maria Elisa explorou o bloqueio de Goricanec para fechar a segunda etapa em 21/18 e levar a decisão para o tie-break. Consciente, a dupla iniciou o set desempate abrindo 2/0, e não largou mais a ponta. A carioca conquistou o match point após levar a melhor na rede de consolidou a vitória no set, fechado em 15/9.

“Foi um jogo muito complicado, a gente começou cometendo muitos erros, mas felizmente conseguimos nos encontrar em quadra, e principalmente se ajudar. A gente se encontrou, respirou e voltou para o jogo, saindo de um momento de muita dificuldade. Essa superação faz a diferença em uma competição como essa”, disse Juliana.

“Elas são favoritas. A gente não escolhe adversário, mas estamos preparadas. As duplas se enfrentam bastante no circuito brasileiro, mas a gente só não pode cometer os mesmos erros da partida de hoje. Nosso principal adversário está em mim mesmo e na Juliana. Se a gente colocar dentro de quadra tudo aquilo que a gente treina, aquilo que a gente faz de melhor, as coisas vão fluir”, apontou Maria Elisa.

Invictas na competição, Talita e Larissa (AL/PA) buscaram a vaga nas oitavas de final diante de Mariafe Artacho del Solar e Nicole Laird, da Austrália, e foram superiores do primeiro ao último lance. Logo nos minutos iniciais, as brasileiras impuseram seu ritmo de jogo e abriram 5/3. As australianas aceleraram o jogo em busca da reação, e empataram em 12/12. Só que o time brasileiro estava bem no ataque, e com segurança fechou a primeira parcial em 21/18.

No segundo set as australianas voltaram a imprimir um ritmo forte e chegaram à liderança no placar, após belo lance de Artacho del Solar. O Brasil cresceria na partida após a pausa técnica e Larissa e Talita, mais experientes, conduziram o time à vitória. Com tranquilidade, Talita empatou e virou o jogo, enquanto Larissa, de ace, fechou o set em 21/17 e fez a festa com a torcida brasileira presente em Amsterdã.

“Foi bom, um jogo importante para a gente crescer e evoluir cada vez mais. Vencemos mais uma etapa, mas amanhã tem mais um jogo. Espero que a gente consiga manter essa sequência e fazer um bom jogo. O crescimento no campeonato é importante, a paciência e a tranquilidade que tivemos para reverter o placar”, destacou Larissa.

“Vamos focar no nosso time, buscar fazer o nosso melhor. Com certeza a gente conhece muito bem a Juliana e a Maria Elisa, mas elas também conhecem muito a gente. Então o time que der o seu melhor em quadra vai se sair vencedor”, disse Talita.

O chaveamento das quartas de final, que ocorrem também nesta quinta-feira (02.07), foram definidos. Caso Fernanda Berti e Taiana avancem, enfrentam a equipe vencedora do duelo entre as holandesas Meppelink/Van Iersel e as australianas Bawden/Clancy. Já Ágatha e Bárbara, se vencerem, enfrentam as vencedoras das norte-americanas April Ross/Kerri Walsh e das chinesas Fan Wang e Yuan Yue.

Por fim, o time que vencer o duelo entre Larissa/Talita e Juliana/Maria Elisa encara o vencedor de Tatyana Mashkova / Irina Tsimbalova, do Cazaquistão, contra as canadenses Heather Bansley e Sarah Pavan.

Dentro de quadra, os principais atletas disputam o importante título e uma premiação de 1 milhão de dólares (60 mil aos vencedores, 45 mil para os segundos colocados e 35 mil dólares aos medalhistas de bronze) e 1000 pontos para a dupla no ranking do Circuito Mundial.

Além disso, os países dos atletas campeões estarão automaticamente classificados para as Olimpíadas do Rio 2016. A vaga é da federação, e não do time campeão. O Campeonato Mundial não conta pontos na corrida olímpica brasileira, já que possui formato distinto das demais etapas e possibilita apenas quatro duplas do país em cada naipe.

Fonte: CBV

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