Os roqueiros Joey Ramone, Tommy Ramone, Johnny Ramone e Dee Dee Ramone talvez nunca tenham ficado sabendo, mas têm dois irmãos ‘postiços’ em Roraima, no extremo Norte do Brasil. São os estudantes Luan Ramone, de 10 anos, e Luna Ramone, de 16, batizados pelo pai, o roqueiro de carteirinha Ricardo Chaves, de 40 anos, com o sobrenome famoso no universo do rock. Nesta segunda-feira (13), é celebrado o Dia Mundial do Rock.
Fã de Ramones desde a década de 1980, o roqueiro Ricardo conta que sempre se identificou com o som do grupo. “Conheci Ramones por meio de um amigo e fiquei impressionado desde as primeiras músicas. Me apaixonei de cara, porque o som deles é cru, direto e tem letras incríveis”, disse.
No mesmo período, surgiu a ideia de batizar os filhos com o sobrenome dos roqueiros. “Eu pensei: tenho que casar para colocar esse nome nos meus filhos”, brinca Ricardo, narrando que, apesar de não serem fãs de rock, as mães de Luna e Luan, não foram contra o sobrenome. “Elas aceitaram numa boa e até acharam legal”, garante.
Para registrar os filhos, Ricardo não enfrentou problemas no cartório, mas admitiu que coleciona comentários sobre os nomes dos filhos. “As pessoas se impressionam e as que conhecem Ramones ficam muito surpresas. Algumas perguntam três ou quatro vezes para ter certeza de que ouviram certo”, detalha.
Batizados, Luna e Luan, que nasceram em 1999 e 2004, respectivamente, foram criados ao melhor estilo rock n’ roll: dormiam ouvindo Led Zeppelin, Iron Maiden, Black Sabath, Supertramp e até o som do brasileiro Zé Ramalho.
“As mães deles não eram fãs do estilo e a minha também nunca gostou que eu escutasse rock, mas sempre quis que eles ouvissem, mesmo que fosse bem baixinho”, explica Ricardo.
A influência do pai deu certo e hoje os filhos, que moram em casas separadas, se mantêm unidos pelo gosto musical. “Ainda não somos roqueiros como o nosso pai, mas gostamos muito. Rock é vida”, dizem os irmãos.
‘Orgulho’, dizem irmãos Ramone
Luna garante que adora o nome dado pelo pai. Ela diz já ter passado por diversas situações em que as pessoas não acreditavam no sobrenome dela.
“Me perguntam se eu assino como ‘Luna Ramone’ apenas por ser fã da banda e não acreditam de forma alguma que fui registrada assim. Mas aí mostro a identidade e provo. É diferente e temos orgulho”, narra.
O pequeno roqueiro da família diz que, além de adorar a música ‘Spiderman’ presente no álbum ‘¡Adios Amigos!’, de 1995, também é fã de Led Zeppelin e Iron Maiden. “Às vezes, não sei cantar a música, mas reconheço e curto só pelo ritmo”, explica.
Perguntados se pensam em passar adiante o ‘sobrenome’, os irmãos garantem: “nossos filhos também serão Ramone”. “Quando chegar a hora, vamos perpetuar a linhagem”, adiantam.
Para este Dia do Rock, a família Ramone não tem planos. “Não passaremos juntos fisicamente, porque moramos em casas separadas. No entanto, estaremos como sempre unidos pelo rock”.